A presença de soldados norte-coreanos no conflito entre Rússia e Ucrânia levou o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, a prometer uma resposta firme e imediata nesta quarta-feira (13). A declaração foi feita em Bruxelas, em meio a ataques balísticos russos contra Kiev, reforçando o comprometimento dos EUA em apoiar a defesa ucraniana contra as forças russas. Blinken começou o dia reunindo-se com o secretário-geral da Otan, Mark Rute, para discutir o cenário do conflito e a entrada de tropas norte-coreanas no front. Esse novo elemento, segundo Blinken, exige uma resposta firme e coordenada, com o objetivo de assegurar a soberania e a defesa do exército ucraniano diante das investidas de Moscou.
De acordo com o governo dos EUA, soldados norte-coreanos estão ativos em operações militares na região russa de Kursk, onde tropas do exército ucraniano mantêm uma ofensiva desde agosto. Essa mobilização de forças norte-coreanas levanta preocupações em Washington e entre os aliados europeus, que consideram a presença de tropas estrangeiras uma escalada preocupante no conflito. A presença de Blinken em Bruxelas marca um momento de reforço do apoio à Ucrânia, com reuniões programadas com o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiga, além de encontros com Josep Borrell, atual chefe da diplomacia da União Europeia, e sua sucessora, Kaja Kallas.
Tensões na Europa com a eleição nos EUA e o papel de Trump
A visita de Blinken à Europa também ocorre em um momento de incerteza sobre o futuro apoio dos EUA à Ucrânia. A eleição de Donald Trump como presidente dos EUA gerou apreensão entre líderes europeus e autoridades ucranianas, que temem uma possível interrupção da ajuda militar americana. Durante sua campanha, Trump sugeriu que poderia cortar o financiamento bilionário à Ucrânia, declarando que a guerra está em “ponto morto” e que pretende encerrar o conflito em um único dia. No entanto, ele ainda não apresentou detalhes sobre como planeja alcançar esse objetivo.
As preocupações com a postura dos EUA aumentaram após relatos de conversas entre Trump e o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky. Segundo informações do Washington Post, Trump também teria conversado com Vladimir Putin, embora o Kremlin tenha negado. Esses eventos alimentam o receio de que a política de defesa e apoio à Ucrânia possa sofrer mudanças drásticas com a nova administração, colocando o exército ucraniano em uma posição delicada na luta contra as forças russas.
Ataques Russos intensificam a defesa ucraniana
Enquanto as tensões diplomáticas se intensificam, o exército russo continua a avançar em territórios estratégicos no leste da Ucrânia. Em outubro, Moscou conquistou centenas de quilômetros quadrados, ameaçando cidades como Pokrovsk, uma área crucial para a defesa ucraniana. Nas últimas semanas, a Rússia intensificou os ataques com drones e mísseis contra Kiev, elevando o nível de alerta entre as forças armadas ucranianas.
Nesta quarta-feira, após 73 dias, Moscou lançou um ataque combinado de mísseis e drones na capital ucraniana, desafiando as defesas antiaéreas do país.
Apoio militar dos EUA e da Europa à Ucrânia
O atual presidente dos EUA, Joe Biden, está determinado a acelerar a entrega de ajuda militar à Ucrânia, com planos de criar mecanismos para que os países europeus assumam uma parte significativa desse suporte. Atualmente, restam cerca de 9,2 bilhões de dólares do orçamento de ajuda aprovado anteriormente. Desse total, 7,1 bilhões de dólares são de armamentos diretamente disponíveis nas reservas dos EUA, enquanto os demais 2,1 bilhões serão destinados a contratos para aquisição de novas armas. O Pentágono e autoridades em Washington enfatizam que a administração pretende utilizar o valor integral para garantir que o exército ucraniano tenha os recursos necessários para sua defesa contra as forças russas e os aliados norte-coreanos.
A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, destacou a importância de intensificar o apoio à Ucrânia durante a transição política nos EUA, alertando sobre a possibilidade de que o presidente russo, Vladimir Putin, aproveite esse momento de incertezas. Em discurso, Baerbock ressaltou que tudo o que a Europa puder oferecer para fortalecer as forças armadas ucranianas deve ser mobilizado com urgência.
Estratégias Exército e perspectivas para a defesa ucraniana
Com a intensificação do conflito, a coordenação entre os aliados dos EUA e da Europa é essencial para a defesa da Ucrânia. As autoridades militares ucranianas, com o apoio das forças armadas e recursos militares dos EUA, seguem resistentes, respondendo aos ataques e assegurando a integridade territorial do país. As tropas norte-coreanas, ao lado das forças russas, adicionam um novo elemento à guerra, testando as capacidades defensivas e estratégicas do exército ucraniano e de seus aliados.
A Operação em curso tem um papel crucial na política de defesa e segurança global, enquanto as tensões políticas e militares aumentam. A presença de tropas norte-coreanas no conflito requer uma resposta coordenada, reforçando o compromisso dos EUA e da Europa em proteger a soberania ucraniana, com ações concretas de apoio militar e diplomático.