A Força Aérea dos Estados Unidos enfrenta desafios inéditos em sua capacidade de dominar os céus, com cortes de orçamento ameaçando a modernização de aeronaves essenciais e o avanço de novos programas militares. Enquanto isso, a China continua a expandir e modernizar sua frota aérea, colocando em risco a superioridade dos EUA em uma possível guerra no Pacífico.
Durante o simpósio da Airlift Tanker Association, realizado em Grapevine, Texas, o secretário da Força Aérea dos EUA, Frank Kendall, ressaltou os desafios financeiros enfrentados por programas como o caça NGAD (Next-Generation Air Dominance), o sistema de reabastecimento aéreo NGAS e os drones de combate colaborativo CCA. Esses projetos são considerados vitais para enfrentar a crescente ameaça militar chinesa.
Apesar da importância estratégica, Kendall destacou que a falta de investimentos compromete a capacidade dos EUA de competir com a China. Ele afirmou que a Força Aérea tem recorrido a “truques” para maximizar os recursos disponíveis, mas isso tem prejudicado o desenvolvimento necessário para lidar com o “desafio de ritmo” imposto pelo avanço tecnológico chinês.
O orçamento limitado também afeta a modernização de sistemas nucleares e a resposta a novas ameaças, como os mísseis de precisão chineses capazes de atingir bases aéreas e plataformas de mobilidade dos EUA. Além disso, a necessidade de um tanque aéreo furtivo para operações em territórios contestados e o crescimento da Força Espacial Americana estão pressionando ainda mais os recursos disponíveis.
Enquanto os EUA enfrentam esses desafios internos, a China continua a fazer avanços significativos em sua aviação militar. Este mês, a China apresentou o J-15T, uma versão aprimorada de seu caça embarcado J-15, durante a Exposição Internacional de Aviação e Aeroespacial de Zhuhai. Com novos aviônicos, radares AESA e motores WS-10, o J-15T se destaca pela capacidade de operar em porta-aviões modernos com sistemas de lançamento eletromagnético.
Além disso, a China revelou o J-35A, um caça stealth terrestre que complementará o J-20 na Força Aérea do Exército de Libertação Popular (PLAAF). O J-35A, baseado no FC-31, é uma alternativa mais acessível e numericamente superior ao J-20, e pode ser exportado para países que não têm acesso a designs ocidentais.
Especialistas debatem as estratégias para os EUA manterem sua superioridade aérea. Alguns defendem que a Força Aérea americana deveria priorizar caças de quinta geração e sistemas mais simples, enquanto outros argumentam que o desenvolvimento de aeronaves de sexta geração, como o NGAD, é essencial para enfrentar os desafios do futuro.
Entre as possíveis soluções, estão a atualização do motor do caça F-35A para maior alcance e o avanço no desenvolvimento de armas de longo alcance, como o míssil AIM-260. Além disso, tanques aéreos furtivos capazes de operar em zonas de combate são apontados como fundamentais para garantir o suporte às operações de combate.
A reorganização estrutural da Força Aérea dos EUA, anunciada em fevereiro deste ano, também visa aumentar a prontidão para conflitos de alta intensidade. Essa iniciativa inclui o envio de unidades de combate completas em vez de esquadrões fragmentados, promovendo uma maior coesão operacional.
No entanto, enquanto os EUA enfrentam dificuldades internas para financiar sua modernização militar, a China continua a investir pesadamente em tecnologias de ponta, consolidando sua posição como uma ameaça significativa no cenário geopolítico. A possibilidade de um conflito aéreo entre as duas potências levanta preocupações sobre a capacidade dos EUA de manter sua superioridade no Pacífico.
Com informações de: Asiatimes