A partir de uma análise estratégica, o Exército Brasileiro decidiu ampliar sua rede de adidos no exterior, expandindo sua atuação em regiões-chave e passando de 56 para 64 países. Esse movimento ocorre em resposta a um cenário geopolítico cada vez mais complexo, com o maior número de conflitos armados desde 1946, segundo o Instituto de Pesquisa para a Paz de Oslo. Esta reformulação, que inclui um foco significativo na Ásia, está alinhada com as novas Diretrizes para as Atividades do Exército Brasileiro na Área Internacional (Daebai). Algumas dessas regiões adotam a prática da diplomacia em parceria com a Marinha e a Força Aérea, utilizando um sistema de compartilhamento que fortalece a atuação integrada das Forças Armadas na comunidade internacional.
Com o objetivo de reforçar a presença da força terrestre no exterior, o Exército Brasileiro planeja estabelecer adidos próprios em 33 países, enquanto em outros 22 continuará com adidos acreditados – uma prática onde representantes são oficialmente designados a várias nações sem residirem nelas.
Atualmente, os adidos próprios do Exército estão alocados em embaixadas e missões diplomáticas em 30 países, e sua atuação abrange 14 nações adicionais. Com essa expansão, a força terrestre pretende intensificar a cooperação e fortalecer a presença em locais estratégicos, principalmente na Ásia, onde há crescente tensão geopolítica.
Atuação integrada: Marinha e Força Aérea fortalecem a presença internacional do Exército Brasileiro
Em algumas regiões, a representação do Exército Brasileiro será feita por adidos da Força Aérea ou da Marinha, conforme a estratégia de compartilhamento entre as três forças, uma prática que a comunidade diplomática chama de adido “tudão.” Esse modelo de rodízio permite uma atuação integrada das Forças Armadas brasileiras, aumentando sua capacidade de presença em mais locais ao redor do mundo.
Conflitos globais impulsiona expansão da diplomacia militar na Ásia
A reformulação nas representações do Exército ocorre em um contexto global alarmante: apenas em 2023, havia 59 conflitos armados ativos em todo o mundo. Este número, o maior desde o final da Segunda Guerra Mundial, reforça a importância de uma rede diplomática de defesa mais robusta e estratégica. Na Ásia, em particular, o Exército identifica um ambiente de disputas e riscos que exigem monitoramento constante, justificando a presença de adidos especializados na região.
Adidos do Exército: diplomacia e cooperação para fortalecer a presença do Brasil no exterior
Os adidos do Exército não se limitam ao mapeamento de ameaças militares ou conflitos potenciais. Eles também são peças fundamentais na criação de diálogos com governos e empresas, facilitando o comércio de produtos de defesa, a cooperação em atividades militares e a organização de ações conjuntas. Dessa forma, a atuação dos adidos brasileiros é ampla e busca garantir a proteção dos interesses do Brasil no exterior.
Planejamento e estruturação da expansão de adidos
O planejamento para essa expansão foi conduzido pela 5ª Subchefia do Estado-Maior do Exército, sendo que a decisão final será formalizada através de um decreto presidencial. A lista específica dos novos países que receberão adidos brasileiros é mantida em sigilo, embora fontes indiquem que a Ásia será uma das regiões prioritárias.