Na quarta-feira, 18 de setembro, a Rheinmetall BAE Systems Land [RBSL] apresentou o primeiro tanque de combate Challenger 3 modernizado no evento Defense Vehicle Dynamics [DVD], realizado em Millbrook (Reino Unido). Este tanque modernizado está destinado a se tornar o carro de combate principal mais formidável a servir no Exército e nas forças armadas britânicas. O Challenger 3, fabricado nas instalações da RBSL em Telford, faz parte de um ambicioso projeto de 800 milhões de libras para modernizar 148 tanques Challenger 2 e equipá-los com as mais recentes tecnologias.
A característica mais notável dessa atualização é a nova blindagem modular, desenvolvida em conjunto com o Laboratório de Ciência e Tecnologia de Defesa [DSTL]. Essa blindagem melhora significativamente a proteção da tripulação e aumenta a capacidade de sobrevivência do tanque no campo de batalha.
Outras melhorias incluem um sistema de controle de fogo de última geração e maior mobilidade, garantindo que o Challenger 3 seja uma força a ser considerada.
Desempenho avançado com canhão de 120 mm
O Challenger 3 será equipado com um canhão de 120 mm de alma lisa, permitindo o uso de munição mais avançada, compatível com a empregada por outros aliados da OTAN, como Alemanha e Estados Unidos. Atualmente, foram fabricados dois protótipos, e a entrega de outros seis está prevista para os próximos meses, para testes adicionais.
Uma vez concluídos os testes, previstos até 2025, a produção das 140 unidades restantes começará, com o objetivo de entregar ao Exército Britânico entre 2027 e 2030.
Além de modernizar os tanques Challenger 3, o Exército Britânico também está focado em atualizar sua força mecanizada com os veículos blindados Ajax e Boxer. O Ajax é um veículo leve de reconhecimento, oferecendo mobilidade e capacidade de reconhecimento no campo de batalha. Já o Boxer se destaca por seu design modular, que oferece flexibilidade para diversas missões, desde transporte até apoio de fogo.
Esses veículos avançados de combate formarão o núcleo das futuras brigadas mecanizadas do exército britânico. Com os modernizados Challenger 3 e os ágeis Ajax e Boxer, o objetivo é criar uma força versátil, capaz de se destacar tanto em cenários defensivos quanto ofensivos.
Impacto das atualizações e o futuro da força mecanizada do Exército Britânico
Will Gibby, diretor-geral da RBSL, destaca que o programa Challenger 3 não se limita a melhorar o carro de combate principal, mas também prepara o terreno para futuras colaborações com aliados internacionais e estabelece bases para avanços inovadores na produção de veículos militares. Todos esses esforços estão alinhados com a estratégia mais ampla do Reino Unido de modernizar suas capacidades militares, melhorar a compatibilidade com as forças da OTAN e fortalecer a indústria nacional de defesa.
O principal carro de combate do Reino Unido, o Challenger 2, tem sido um pilar em serviço desde o final da década de 1990. Projetado para oferecer proteção e poder de fogo significativos às forças britânicas, conta com uma robusta blindagem Chobham e um canhão de 120 mm estriado L30. No entanto, em comparação com os canhões de alma lisa utilizados por aliados da OTAN, como Alemanha e Estados Unidos, o L30 começa a mostrar sinais de envelhecimento. Apesar de sua durabilidade e proteção robusta, os sistemas eletrônicos e de munição do Challenger 2 estão obsoletos.
Uma limitação chave é o sistema eletrônico de controle de tiro do tanque, que já não é de última geração. Além disso, é incompatível com as munições avançadas usadas pelos aliados da OTAN. Os projéteis estriados são menos eficazes contra alvos blindados modernos do que as opções de alma lisa.
Reconhecendo essas deficiências, o Exército Britânico decidiu atualizar o Challenger 2 para o padrão Challenger 3. A mobilidade também era uma preocupação; embora o motor V12 Perkins Condor oferecesse potência constante, o Challenger 2 estava atrás de seus contemporâneos em velocidade e manobrabilidade, o que impactava sua flexibilidade no campo de batalha.