O Exército de Libertação Popular (ELP) da China está desenvolvendo uma ferramenta de inteligência artificial (IA) para uso militar adaptada do modelo Llama, criado pela Meta, empresa norte-americana de tecnologia.
O problema é que a nova tecnologia vai contra as diretrizes da empresa, conforme revelou a reportagem da agência de notícias Reuters publicada no dia 01 de novembro. A nova ferramenta está em desenvolvimento por instituições de pesquisa chinesas. Essa é a primeira vez em que há evidencias de pesquisa para uso de modelo de linguagem grandes (LLMs) de código aberto para fins militares.
De acordo com a Reuters, a reportagem apurou três artigos acadêmicos de instituições chinesas. Em um deles, seis pesquisadores descrevem em detalhes como foi usada a versão inicial do Llama para criar o ChatBIT. Segundo o próprio artigo, a nova ferramenta foi ajustada e otimizada para realizar tarefas de diálogo e resposta a perguntas no campo militar.
Violação de política
A Meta, por sua vez, tem entre suas políticas a diretriz que estabelece limites para o uso de suas tecnologias no campo militar e de espionagem. O representante da empresa, Molly Montgomery, disse em comunicado à Reuters que o exército chinês não possui autorização para usar os modelos de linguagem IA da empresa e que isso vai contra a política da Meta.
Entenda o Llama
O Llama é um modelo de linguagem de código aberto desenvolvido pela Meta e lançado em 2023. Com duas versões disponíveis, o Llama 1 e o Llama 2, ele foi projetado para apoiar pesquisadores e desenvolvedores no desenvolvimento de soluções inovadoras. Uma das principais características do Llama é sua flexibilidade para adaptação, por meio de um processo chamado “fine-tuning”, que permite ajustes específicos para atender a diferentes necessidades e aplicações.
A Meta disponibilizou o modelo com uma licença que proíbe expressamente seu uso em atividades militares ou de vigilância, garantindo seu foco em projetos acadêmicos e tecnológicos éticos. Essa abordagem fez com que o Llama ganhasse grande popularidade na comunidade acadêmica, pois possibilita o desenvolvimento de tecnologias linguísticas de maneira mais acessível e adaptável, incentivando avanços em diversas áreas.