O F-35 Lightning II, apresentado como uma das aeronaves mais avançadas da quinta geração, está no centro de um debate sobre seu custo-benefício e capacidade operacional. Mesmo após investimentos massivos em manutenção, o caça enfrenta problemas que comprometem sua prontidão para possíveis conflitos entre grandes potências.
Entre 2018 e 2023, os Estados Unidos gastaram US$ 12 bilhões em manutenção do F-35. No entanto, um relatório do Government Accountability Office (GAO) revelou que os esforços para aumentar a taxa de prontidão operacional em 10% resultaram em uma melhora de apenas 2,6%. Esses números reforçam as dificuldades com atrasos na manutenção, falta de peças sobressalentes e dependência excessiva de contratados.
O custo total do programa F-35 está projetado para superar US$ 1,5 trilhão, com estimativas de que, ao final de sua operação, o valor alcance US$ 2 trilhões. Esse investimento massivo levanta questionamentos sobre a eficácia da aeronave em relação a seu custo, especialmente diante de problemas persistentes em sua cadeia de suprimentos e manutenção.
O programa F-35 foi concebido para substituir diversas aeronaves das forças armadas americanas e de países aliados. No entanto, a baixa disponibilidade das aeronaves tem gerado preocupações, especialmente em um cenário global marcado por tensões geopolíticas e a possibilidade de conflitos de alta intensidade.
Em 2023, o Pentágono lançou a iniciativa “War on Readiness” para tentar melhorar a prontidão do F-35. Apesar das metas ambiciosas, o desempenho ficou aquém do esperado. Dos 40 principais problemas que afetam a prontidão da aeronave, apenas 21 foram parcialmente resolvidos. Isso revela a complexidade do programa e a falta de acesso a dados técnicos essenciais para reparos rápidos.
Críticos também apontam que a escolha de priorizar o F-35 em detrimento do F-22A Raptor foi um erro estratégico. O F-22, amplamente reconhecido como um caça superior, teve sua produção interrompida em 2010, durante o governo Obama, para concentrar recursos no F-35. Essa decisão gerou debates sobre como os Estados Unidos poderiam estar melhor preparados se tivessem mantido a produção do F-22.
Embora o F-35 seja considerado tecnicamente avançado, seu desempenho operacional continua sendo motivo de preocupação. Se um conflito de grande escala eclodir, o F-35 será uma peça central na estratégia militar americana, mas sua prontidão questionável pode colocar em risco a eficácia da resposta dos EUA.
A situação do F-35 destaca não apenas desafios técnicos, mas também problemas mais amplos na base industrial de defesa americana, que enfrenta dificuldades para atender à demanda por aeronaves avançadas. O “gap” de caças disponível torna-se cada vez mais evidente, com implicações graves para a capacidade militar do país.
Os Estados Unidos têm a difícil tarefa de reverter essas tendências negativas e melhorar a eficiência do F-35 antes que um conflito de grande escala exija sua total capacidade. Caso contrário, os problemas de prontidão podem comprometer não apenas a eficácia da aeronave, mas também a posição dos EUA como líder militar global.
O programa F-35, com seus altos custos e problemas persistentes, exemplifica os desafios enfrentados pelo complexo militar-industrial dos EUA. Garantir que esses investimentos maciços se traduzam em eficácia operacional será crucial para a segurança nacional e para a confiança dos aliados no poder militar americano.
Com informações de: nationalinterest