Em setembro de 1971, a Força Aérea Brasileira (FAB) dava início a um marco histórico na aviação militar brasileira: o primeiro voo do AT-26 Xavante produzido pela recém-criada Embraer. O modelo, de tecnologia italiana desenvolvido pela Aeronáutica Macchi, foi o primeiro jato de combate fabricado em série no Brasil. Menos de dois anos antes, em outubro de 1969, o Xavante foi apresentado em importantes localidades como São José dos Campos, São Paulo, Rio de Janeiro, Natal e Fortaleza.
O contrato, assinado em 29 de maio de 1970, previa a entrega de 112 aeronaves, com a exigência de que o primeiro jato fosse entregue em apenas 18 meses. Cumprindo esse prazo desafiador, dois AT-26 Xavante estrearam como atrações no desfile de 7 de setembro de 1971.
Segue um video da história do AT-26 Xavante fabricado pela Embraer
Papel estratégico do Xavante nas operações da FAB
O AT-26 Xavante tornou-se uma peça-chave para a FAB. Em novembro de 1971, as cinco primeiras unidades foram entregues ao 1º Grupo de Aviação de Caça, iniciando operações temporárias que durariam até 1974, quando o modelo seria substituído pelos modernos F-5 Tiger II.
Contudo, o Xavante também foi amplamente utilizado por outros esquadrões ao longo das décadas, como o 3° EMRA, 4º EMRA e 1º/10° GAV, com operações que se estenderam até 2010 no Esquadrão Pacau.
Impacto dos 166 Jatos AT-26 Xavante na defesa e comércio internacional
No total, a FAB recebeu 166 jatos AT-26 Xavante, sendo o último entregue em 1981. A produção nacional não apenas atendeu às demandas internas, mas também fortaleceu a indústria de defesa brasileira ao abrir portas para exportações.
Ao longo de dez anos, foram fabricados 16 jatos para clientes internacionais, incluindo seis para o Togo e dez para o Paraguai. Além disso, a FAB revendeu 11 unidades usadas para a Argentina após a Guerra das Malvinas.
Legado do Xavante que transformou a aviação militar brasileira e a Embraer
O sucesso do AT-26 Xavante simboliza o início de uma era para a Embraer e a indústria aeronáutica brasileira. O modelo destacou-se por sua robustez, eficiência e adaptabilidade, marcando presença em esquadrões estratégicos da FAB. Sua produção reforçou a capacidade do Brasil de atender à sua própria defesa e de se estabelecer como um player competitivo no mercado internacional.