O Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), em Parnamirim (RN), já realizou mais de 3 mil lançamentos e 265 rastreios de veículos espaciais no brasil, consolidando-se como um pilar estratégico para o setor aeroespacial brasileiro. Subordinado ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) da Força Aérea Brasileira (FAB), o CLBI desempenha um papel crucial no desenvolvimento científico e tecnológico do país.
Fundado em 1965, o CLBI conta com cerca de 250 militares e civis especializados, incluindo engenheiros, pesquisadores e técnicos que atuam em projetos avançados no campo aeroespacial. Até hoje, foram lançados 3.084 veículos, um marco histórico que demonstra o compromisso da unidade com a inovação. Segundo o Coronel Aviador Christiano Pereira Haag, diretor da unidade, a reativação de lançamentos suborbitais abre novas oportunidades no mercado global.
A FAB e o CLBI garantindo a precisão em missões orbitais
O rastreio de objetos espaciais é uma das principais atividades do Centro, que é administrado pela FAB. Utilizando sistemas de telemedidas, a equipe do CLBI acompanha o desempenho dos foguetes, garantindo que as missões sigam as rotas planejadas. A colaboração com a Guiana Francesa no rastreio de foguetes orbitais reforça a relevância do Centro e da Força Aérea Brasileira no cenário internacional.
Localização privilegiada e história pioneira
A localização geográfica do CLBI oferece vantagens estratégicas, incluindo proximidade com a Base Aérea de Natal (BANT), aeroportos e portos de Natal (RN) e João Pessoa (PB). Essas condições facilitam o transporte de materiais sensíveis e contribuem para operações seguras, especialmente devido à proximidade com o Oceano Atlântico.
Marco histórico dos primeiros lançamentos espaciais do Brasil
O primeiro lançamento espacial do Brasil ocorreu no CLBI, administrado por engenheiros e militares e da Força Aérea Brasileira, em 1965, com o foguete Nike Apache, marcando o batismo de fogo espacial do país. Nos anos seguintes, o Centro, sob a gestão da FAB, lançou veículos pioneiros como o Sonda I, II, III e IV, solidificando sua contribuição para a história aeroespacial nacional.
O nome do Centro remonta às falésias da região de Ponta Negra, cujas cores refletidas ao nascer do sol lembravam labaredas de fogo, segundo pescadores locais. Essa peculiaridade contribuiu para a identidade do CLBI, estreitando seu vínculo com a cultura, a geografia da região e o legado da Força Aérea Brasileira.