Na sexta-feira, 29 de novembro, a Força Aérea Brasileira (FAB) indústria aeroespacial realizou um importante lançamento de veículo foguete de sondagem suborbital. A partir de Parnamirim (RN), o VS30 V15 foi enviado ao espaço como parte da Operação Potiguar. Com um estágio propulsivo contendo quase uma tonelada de combustível sólido, o foguete consegue atingir uma altitude máxima de pouco mais de 150 quilômetros, alcançando uma impressionante velocidade de seis mil km/h.
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FAB inicia treinamento para lançamento de foguete VS30
Essa operação visa proporcionar maior autonomia ao Brasil em eventos de lançamentos de veículos desse tipo e fortalecer a presença do país na indústria aeroespacial.
Para esta primeira fase da Operação Potiguar, a FAB tem como objetivo treinar a equipe do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI). Além disso, o foco está na verificação de equipamentos e processos envolvidos na atividade de lançamento. Em uma segunda fase, programada para 2025, a intenção é qualificar a Plataforma Suborbital de Microgravidade (PSM). Essa parte superior do foguete VS-30 comporta experimentos e conta com diversos sistemas eletrônicos, ampliando as capacidades experimentais do veículo aeroespacial.
O VS30, projetado pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), é um foguete monoestágio não-guiado, que utiliza trilhos para o lançamento. Com um estágio propulsivo contendo quase uma tonelada de combustível sólido, o foguete consegue atingir uma altitude máxima de pouco mais de 150 quilômetros, alcançando uma impressionante velocidade de seis mil km/h.
Foguete suborbital da FAB revoluciona experimentos científicos
Conforme explica o coordenador da Operação Potiguar, Tenente-Coronel Engenheiro Fernando César Monteiro Tavares, o VS30 da FAB tem a capacidade de cumprir missões de microgravidade com cargas úteis que variam de 260 kg a 330 kg. Ele pode alcançar altitudes entre 120 km e 160 km. “Esses foguetes são utilizados para experimentos científicos e tecnológicos voltados às indústrias de fármacos, metalurgia, semicondutores, alimentos e muitas outras,” destaca Tavares, enfatizando a relevância dos lançamentos suborbitais para a pesquisa industrial. O uso de combustível sólido em seus motores é essencial para essa eficiência.
Esses experimentos, enviados ao ambiente suborbital, beneficiam-se da ausência de influências atmosféricas, como a gravidade e a presença de oxigênio. A pesquisa nessas condições contribui para o desenvolvimento de novos produtos e, com o tempo, esses ensaios se integram ao cotidiano da sociedade. O estudo de novos combustíveis e seus efeitos em microgravidade podem abrir oportunidades para inovações.
Em uma comparação entre veículos orbitais e suborbitais, ressalta-se que os veículos orbitais possuem energia e velocidade suficientes para colocar satélites em órbita ao redor da Terra. Por outro lado, mesmo atingindo altitudes elevadas, os veículos suborbitais não têm capacidade para entrar em órbita. Interessantemente, o custo de uma operação suborbital pode representar cerca de 40% do valor de um lançamento orbital.
O legado dos foguetes suborbitais e seus avanços tecnológicos
Atualmente, o IAE opera com dois foguetes suborbitais: o VS30 e o VSB30. Juntos, junto ao já descontinuado VS30 Orion, eles formam a família de veículos S30. Todos esses foguetes utilizam motores a propulsão sólida, sendo o primeiro um veículo monoestágio e o segundo um biestágio. Ambas as naves, lançadas por trilhos, seguem uma trajetória parabólica, estabilizando-se por rotação devido à ausência de controle de atitude. O VS30 e o VSB30 dependem do combustível sólido para suas operações, o que contribui para a eficiência de seus lançamentos.
O projeto S30 começou em 1996, com o primeiro voo registrado em 1997, a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), localizado no Maranhão (MA). Até hoje, foram realizados 14 lançamentos do VS30 e outros 40 do VSB-30, consolidando sua importância para a pesquisa e desenvolvimento na área aeroespacial brasileira, especialmente na exploração de novas tecnologias de combustível e propulsão.