A Colômbia tomou uma decisão estratégica militar ao escolher o caça JAS-39 Gripen NG, fabricado pela sueca Saab, para substituir sua frota de aviões Kfir, que se encontra envelhecida e enfrenta dificuldades operacionais. A informação, veiculada pela rádio estatal sueca SR Ekot, marca um passo importante para a Força Aérea Colombiana na modernização de suas capacidades de defesa e reforça a presença dos caças Gripen na América Latina. Esse anúncio surge no contexto dos esforços da Saab para expandir a venda dos modelos Gripen E/F na região, com apoio da Embraer no Brasil, que deverá produzir o caça em parceria com a fabricante sueca.
Essa aquisição ganhou visibilidade em junho deste ano, quando o presidente colombiano Gustavo Petro viajou à Suécia para avançar nas negociações dos caças Gripen, reconhecidos por sua tecnologia de ponta. Com o desgaste dos aviões Kfir, uma substituição se tornou urgente para assegurar a defesa aérea militar nacional, como ressaltou o General Luis Córdoba Avendaño, comandante da Força Aérea da Colômbia. Em declarações recentes, o general destacou que a prioridade é manter a segurança nacional com equipamentos que atendam às novas demandas operacionais.
Prioridade na defesa nacional em meio a crises financeiras
Apesar da decisão de reforçar sua defesa militar com a compra dos caças Gripen, o governo do presidente Petro enfrenta uma crise fiscal significativa. O déficit nas contas nacionais motivou o Ministro da Fazenda, Ricardo Bonilla, a anunciar um corte de 20 trilhões de pesos no orçamento nacional para 2025. Esse ajuste deve impactar investimentos sociais, mas ressalta o compromisso do governo com a defesa nacional. Bonilla destacou que a meta de arrecadação de 2023 não será alcançada, agravada pela decisão da Corte Constitucional de limitar a dedução das royalties no imposto de renda, aumentando a pressão fiscal.
Essas dificuldades foram reforçadas pela agência de risco Moody’s, que alertou que o déficit fiscal da Colômbia poderá ultrapassar 5% do PIB em 2023. Um estudo do Banco de Bogotá estima que, para cumprir a Regra Fiscal, o governo precisará de um ajuste de 48 trilhões de pesos, muito além do corte já planejado.
Motivos estratégicos por trás da aquisição dos caças Gripen
A compra dos caças Gripen ocorre em um momento de tensão nas relações entre a Colômbia e Israel. Recentemente, ambos os países romperam relações diplomáticas após o presidente Petro acusar Israel de genocídio, o que impactou diretamente o suporte técnico para os caças Kfir, de fabricação israelense. Com o suporte comprometido, a substituição dos Kfir se tornou uma necessidade urgente para garantir a capacidade operacional da Força Aérea Colombiana e reforçar a defesa militar do país.
Outro fator crucial na decisão é a tecnologia embarcada nos caças Gripen NG. Embora o modelo utilizado pela Força Aérea Brasileira conte com aviônicos da empresa AEL Sistemas, uma subsidiária brasileira da israelense Elbit Systems, os caças colombianos poderão vir com uma configuração de cockpit diferente. A Colômbia poderá optar pela versão padrão do Gripen E/F, equipada com a configuração de três telas da geração anterior, o JAS-39C/D, devido às restrições impostas pelo rompimento com Israel. Essa configuração alternativa ainda oferece tecnologia avançada e se alinha às necessidades estratégicas da Colômbia para manter sua defesa aérea em alta eficiência.
Colômbia investe na modernização da Força Aérea com o Gripen NG
A decisão de adquirir os caças Gripen NG ressalta o comprometimento da Colômbia em manter a defesa nacional robusta, mesmo diante de desafios econômicos. Com a aquisição, o país busca modernizar suas capacidades e fortalecer sua força militar aérea, respondendo às novas exigências de segurança regional.
A parceria com a Saab e o potencial de colaboração com a indústria de defesa brasileira refletem o esforço da Colômbia para garantir sua segurança com equipamentos de alta tecnologia, mantendo sua força aérea preparada para atuar em cenários complexos de defesa.