A guerra na Ucrânia entrou em uma nova e perigosa fase após o uso de mísseis Storm Shadow pelo país, atingindo alvos militares dentro do território russo. Em resposta, Vladimir Putin ordenou o lançamento de mísseis balísticos de médio alcance contra a cidade de Dnipro, no leste ucraniano. Esta é a primeira vez que a Rússia emprega essa categoria de armamento desde o início do conflito, marcando uma preocupante escalada e ampliando os temores de confronto direto com os aliados da Ucrânia.
Além dos ataques convencionais, uma “guerra sombra” está sendo travada pela Rússia contra o ocidente, com ações de sabotagem, ciberataques e desinformação. Na última semana, cabos submarinos de fibra ótica no Mar Báltico, essenciais para conectar países como Finlândia e Alemanha, foram cortados. Embora algumas autoridades tenham apontado para possíveis acidentes, investigações sugerem envolvimento russo. Incidentes similares em 2022 já apontaram para a mesma estratégia, com o uso de navios como o Yantar, oficialmente designados para pesquisas, mas equipados para espionagem.
Os ataques cibernéticos também são uma ferramenta recorrente da estratégia russa. Em janeiro de 2024, um grupo vinculado à Rússia causou danos ao sistema de abastecimento de água no Texas, nos Estados Unidos. Especialistas associam a ação à GRU, agência de inteligência militar russa. Além disso, campanhas de desinformação têm sido promovidas para dividir o cenário político e social do ocidente, com foco em eleições e protestos em países como Estados Unidos e Europa.
Operações clandestinas em solo também foram registradas. Em Londres, um incêndio em um armazém foi vinculado a agentes russos, enquanto planos de assassinato de executivos da indústria de defesa europeia foram frustrados. Esses episódios destacam o alcance da GRU e sua disposição em utilizar métodos extremos para atingir objetivos estratégicos, enfraquecendo adversários e semeando caos.
A tensão também cresce no campo da espionagem marítima. Recentemente, o navio Yantar foi escoltado para fora do Mar da Irlanda após ser flagrado perto de cabos submarinos que transportam dados vitais entre a Europa e a América do Norte. Tais operações são frequentemente negadas pelo Kremlin, que as classifica como propaganda ocidental, mas autoridades da OTAN alertam para uma intensificação da guerra híbrida.
Enquanto a Europa enfrenta desafios para implementar medidas eficazes contra essas ameaças, a retórica nuclear de Putin eleva ainda mais os riscos. O líder russo revisou a doutrina militar do país para incluir o uso de armas nucleares contra nações sem arsenal nuclear. Especialistas alertam que, embora a intenção possa ser intimidar, um erro de cálculo poderia desencadear uma catástrofe global.
Com informações de: Hoje no mundo militar