O militar americano Jack Teixeira foi condenado a 15 anos de prisão pela justiça dos Estados Unidos após ter vazado documentos ultrassecretos sobre a guerra na Ucrânia. A sentença foi divulgada nessa terça-feira, dia 12.
Com apenas 22 anos, o militar está preso desde abril do ano passado, quando era membro da Guarda Nacional Aérea dos EUA. Jack foi acusado pela inteligência militar americana de ter vazado os documentos do Departamento de Justiça em rede social.
Após a prisão, Jack foi acusado de cometer, ao todo, seis crimes envolvendo a retenção e transmissão voluntária de informações sigilosas relacionadas à defesa nacional.
O militar se declarou culpado das acusações e pediu desculpas pelo ocorrido ao receber a sentença. “Eu entendo que toda a responsabilidade e consequências recaem sobre meus ombros sozinhos e aceito o que quer que isso traga”, disse.
Conteúdo dos documentos
Entre os documentos vazados pelo militar estavam informações confidenciais sobre aliados e adversários dos EUA. Fora isso, os documentos ainda continham informações detalhadas sobre as defesas aéreas da Ucrânia e dados sobre a invasão russa ao país. Inclusive, algumas informações traziam dados da agência de espionagem israelense, Mossad.
O vazamento foi considerado como um dos mais graves e comprometedores da segurança norte-americana desde 2010, quando o WikiLeaks divulgou ao público mais de 700 mil documentos secretos americanos.
Vazamentos desde 2022
De acordo com as investigações, Jack Teixeira estaria vazando os documentos desde fevereiro de 2022, quando teve inicio a guerra na Ucrânia. Os arquivos foram compartilhados em um grupo de mensagens onde, pelo menos, 600 pessoas tinham acesso.
Um dos amigos do militar disse que Teixeira não tinha intenção de prejudicar o país, apenas educar os membros mais jovens do grupo. “Ele amava os EUA, mas simplesmente não confiava em seu futuro”, comentou o amigo. No entanto, outras pessoas que estavam no grupo afirmaram que o militar compartilhava com frequência piadas de cunho racista e antissemita.
Quem é Jack Teixeira?
Jack Teixeira é um militar americano descendente de portugueses. Jack morava na cidade de Dighton, sul de Massachusetts, e pertencia a Guarda Nacional da Força Aérea desde setembro de 2019.
Em 2022, Teixeira alcançou a patente de aviador de primeira classe — a terceira mais baixa para o pessoal alistado na Força Aérea. O militar também era especialista em comunicação e em tecnologia, o que o levou a trabalhar na base da Guarda Nacional Aérea de Otis, em Cape Cod, sul de Boston.
Já em fevereiro de 2023, de acordo com dados do FBI, o militar estava atuando como oficial de operações de defesa cibernética. Em razão do cargo, o militar passou a ter acesso a um tipo de autorização de segurança de alto sigilo e, também, acesso a outros programas altamente sigilosos.
O acesso só é concedido quando o militar aceita as condições de “proteger corretamente” as informações e não revelá-las a pessoas sem o acesso privilegiado. O militar também deve se comprometer a não retirar as informações das “instalações de armazenamento não autorizadas” ou guardá-las em “lugares não autorizados”, de acordo com a declaração juramentada.