Em redes sociais de militares das Forças Armadas ninguém recebeu com surpresa a nota oficial da força terrestre, que nesse 19 de novembro comunicou a sociedade sobre a prisão de um oficial general da reserva e outros oficiais. O general preso, Mario Fernandes, chegou a ocupar um cargo como assessor do deputado e também general Eduardo Pazuello na Câmara dos deputados em 2023 e recebia um salário na casa dos 15 mil reais.
Imagens extraidas do celualr do oficial general mostram que o mesmo participou do acampamento em Brasília em frente ao QG di Exército enquanto ocupava um cargo de alto escalão no governo. “Além dessas imagens que demonstram regular presença em atos antidemocráticos, áudios extraídos do aparelho celular de MARIO FERNANDES evidenciam que a atuação dele nesse período não se resumia ao mero comparecimento pessoal no acampamento do QGEx. Pelo contrário, as informações obtidas demonstram que essas aparições possivelmente se encontravam inseridas em contexto mais amplo e sistemático.”Diz trecho do relatório da Polícia Federal
Muitos já haviam previsto essa possibilidade e ouviu-se falar sobre a preparação de “prisões de estado maior” em instituições do Exército no Distrito Federal. A nota se espalhou pelas redes sociais dos militares com alguns comentários de pesar e lamentação. “são bons militares, lamentavelmente se deixaram levar pelos generais políticos“, diz um militar ao comentar o caso.
Um dos trecho do documento que autorizou a prisão dos militares
” A autoridade policial narra que, entre novembro de dezembro de 2022, militares com formação em Forças Especiais elaboraram estratégias para a prática de atos voltados à tentativa de abolição do Estado
Democrático de Direito. Relata a existência de núcleo para acompanhamento do eminente Ministro Alexandre de Moraes, com monitoramento de sua rotina para eventual cumprimento de ordem de sua prisão, caso o Golpe de Estado planejado obtivesse sucesso…”
Nota do Exército recebida pela Revista Sociedade Militar
O Centro de Comunicação Social do Exército informa que na operação realizada pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira, 19 de novembro de 2024, foram presos o General de Brigada Mario Fernandes, da Reserva, e os Tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rodrigo Bezerra de Azevedo e Rafael Martins de Oliveira. Os militares da ativa não se encontravam participando da Operação de GLO na Cúpula do G20.
O General Mário Fernandes e o Tenente-Coronel Hélio Ferreira Lima encontravam-se no Rio de Janeiro para participar de cerimônias de conclusão de cursos de familiares e amigos. O Tenente-Coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo deslocou-se para a guarnição, a serviço, para participar de outras atividades e não fez parte do efetivo empregado na operação de GLO. O Tenente-Coronel Rafael Martins De Oliveira já se encontrava afastado do serviço por medidas cautelares determinadas pela justiça.
Este Centro informa, ainda, que a Força não se manifesta sobre processos em curso, conduzidos por outros órgãos, procedimento que tem pautado a relação de respeito do Exército Brasileiro com as demais instituições da República.