Brasília foi palco de um importante encontro para a segurança e defesa sul-americana. Generais de nove países participaram do 1º Seminário de Integração dos Exércitos Sul-Americanos, em uma série de discussões sobre temas estratégicos para a região, incluindo terrorismo, ataques cibernéticos e, como destacou o general Aguirre, do Exército paraguaio, a “mudança climática, que afeta todos os exércitos sul-americanos”. A programação contou também com atividades externas, como a demonstração do blindado Guarani no 3º Esquadrão de Cavalaria Mecanizada e a exibição do Sistema Astros em Formosa, Goiás.
Defesa da soberania e integração como prioridades
O general Richard, comandante do Estado-Maior do Exército brasileiro, enfatizou que os conflitos globais atuais reforçam a necessidade de colaboração regional. “Nós temos um mundo com conflitos ocorrendo nesse momento, e isso desperta em todos nós a responsabilidade de garantir a soberania dos nossos países”, afirmou Richard. Ele destacou que a integração permite aos exércitos sul-americanos “chegar a consensos” e fortalecer suas capacidades de defesa.
Para o general Tomás, comandante do Exército brasileiro, a troca de experiências é essencial para operações nas áreas de fronteira. “Quando a gente tem operações na faixa de fronteiras, por exemplo, fica muito mais fácil combinar com o Exército de outro país”, disse, reforçando o papel da diplomacia militar em facilitar operações conjuntas e amplificar os resultados obtidos.
Riscos contemporâneos: terrorismo, ataques cibernéticos e clima
Entre os temas abordados, questões de segurança moderna tiveram destaque. O general Aguirre salientou o impacto da mudança climática, além de mencionar “o terrorismo e a parte cibernética”, desafios que se refletem em todos os países da América do Sul. O seminário também discutiu como essas ameaças podem ser mitigadas de forma integrada, por meio de cooperação constante e troca de informações entre os exércitos.
Laços de amizade e interoperabilidade
Para o general Américo, 5º Subchefe do Estado-Maior do Exército, o evento representa uma oportunidade para fortalecer os “laços de camaradagem e de amizade” entre os exércitos da região. Américo defendeu que a criação de um ambiente de “conhecimento mútuo e integração” é essencial para futuras operações conjuntas e para garantir a interoperabilidade entre as forças sul-americanas.
A iniciativa reforça os compromissos firmados em encontros anteriores entre líderes sul-americanos, como a reunião de presidentes em maio e a de chanceleres em novembro. Segundo o embaixador Marcelo Câmara, ministro das Relações Exteriores, o seminário é “um desdobramento natural desses eventos” e parte de uma agenda maior de integração continental.