O escândalo do “pelotão funk”, que tomou conta da internet, gerou debates acalorados entre militares e internautas, especialmente no perfil Revista Sociedade Militar no Instagram, que registrou centenas de comentários em um curto período de tempo. Imagens de militares do Exército Brasileiro sem camisa, consumindo bebidas alcoólicas e dançando “funk” em uma unidade de paraquedistas no Rio de Janeiro, espalharam-se rapidamente pelas redes sociais, provocando reações intensas e divergentes.
Militares do 26º Batalhão de Infantaria Paraquedista, que têm sede na Zona Oeste, foram detidos por organizar um baile funk dentro do quartel com muita música alta, churrasco e bebidas alcoólica. As informações da Folha de São Paulo foram publicadas na noite de sexta-feira, 25 de outubro.
COMANDANTE DO QUARTEL CONTINUA NO CARGO
À imprensa o Exército ressaltou que, após a realização de uma verificação sumária dos fatos informados, os militares foram inicialmente presos temporariamente para condução de uma investigação preliminar sobre a denúncia apresentada.
Os militares em questão foram liberados. Na época do ocorrido, o Comando Militar do Leste disse que “qualquer atividade fora dos padrões é totalmente inaceitável”.
“Os que transgrediram não representam a imensa maioria dos que pautam, dia e noite, o seu comportamento por parâmetros rígidos de disciplina”.
Em um comunicado oficial do Comando Militar do Leste, constatou-se também que a conduta dos soldados envolvidos não era compatível com os valores e as normas dos militares que integram a instituição. Um procedimento administrativo foi aberto e promoveu as sanções disciplinares contra os envolvidos.
A Rádio Tupi FM, baseada no Rio de Janeiro, afirmou que um total de 120 militares foi punido. Entre eles, 14 eram oficiais, outros 30 eram militares graduados e o restante correspondia a soldados. Além disso, foi noticiado que o comandante responsável pela unidade poderia ser exonerado.
Não é possível confirmar se os militares efetivamente foram responsabilizados disciplinarmente. Porém, quanto ao comandante do Batalhão, em consulta ao site institucional da Organização Militar, é possível verificar que a possível exoneração do cargo não aconteceu.
O FIM DO “PELOTÃO FUNK” NO EXÉRCITO
O fato é que o “pelotão funk”, segundo a imprensa, gerou consequências para os envolvidos e para a coletividade castrense do Comando do Exército Brasileiro. Na última quarta-feira, 6 de novembro, foi publicado no INFORMEX nº 037 uma nota intitulada “Normas de Conduta e Ética Profissional“.
A publicação, que não deixa de ser uma satisfação à sociedade, além de evidenciar que houve punições em relação ao ocorrido, elenca diretrizes futuras e ratifica a ética militar para os próprios militares.
“Tendo em vista o ocorrido em unidades do Exército Brasileiro (EB), envolvendo militares em confraternizações que destoam das normas de conduta ética e profissional, afetando a imagem da Instituição, o Exército informa que:
- foram apurados os fatos e os responsáveis, sancionados disciplinarmente;
- estão proibidas as confraternizações desse tipo, em todas as Organizações Militares (OM) do Exército;
- os militares do EB, em trajes civis ou em uniforme, devem zelar pela conduta exemplar e pelos princípios éticos da Instituição;
- confraternizações entre camaradas podem ser realizadas, com a devida autorização e controle, em clubes ou Instituições afins.
- Por fim, cabe destacar que o EB reafirma a importância de os Comandantes fiscalizarem, em todos os níveis, as atividades de confraternização a fim de que sejam reservados os mais caros valores e tradições castrenses.”
Publicado no INFORMEX Nr 037, de 06 NOV 24.