A Xiaomi, gigante chinesa conhecida pela fabricação de smartphones, surpreendeu o mercado automotivo ao entrar no segmento de veículos elétricos com o lançamento do SU7, seu primeiro modelo. A estreia chamou a atenção até mesmo de Jim Farley, CEO da Ford, que declarou publicamente que o carro é “fantástico”. O SUV elétrico tem impressionado pela combinação de design atraente, alta tecnologia e desempenho que desafia marcas tradicionais.
Apesar de ser uma novidade na indústria automotiva, a Xiaomi conseguiu integrar no SU7 a expertise tecnológica que construiu ao longo dos anos em seus eletrônicos. O veículo é repleto de recursos avançados, como um display head-up de ampla visão, sensores que oferecem visão de 360 graus e uma central multimídia de destaque. Para os passageiros, há detalhes pensados para acomodar gadgets, como espaço para tablets nos apoios de cabeça e até um porta-luvas capaz de guardar laptops.
O desempenho do SU7 também impressiona. A versão Max, topo de linha, acelera de 0 a 100 km/h em apenas 2,78 segundos com o uso do modo Launch Control, desempenho comparável ao de supercarros de marcas renomadas. Mesmo na configuração básica, equipada com um único motor, o SUV faz o mesmo percurso em pouco mais de cinco segundos, ainda rápido para o segmento.
Em termos de espaço e conforto, o SU7 não decepciona. O SUV conta com um porta-malas dianteiro (“frunk”) de 105 litros, um dos maiores entre os veículos elétricos chineses. No entanto, algumas funcionalidades populares em carros chineses, como assentos massageadores, não estão disponíveis no modelo, mesmo na versão Max. Apesar disso, o teto panorâmico fixo e o sistema de som com 25 alto-falantes Dolby Atmos 7.1.4 compensam a falta de alguns mimos.
Um dos grandes destaques do SU7 é o preço competitivo. Na China, o modelo de entrada custa o equivalente a US$ 29.900, cerca de R$ 148 mil, enquanto a versão Max, mais equipada, sai por US$ 41.500, aproximadamente R$ 205 mil. Esses valores tornam o SUV acessível para consumidores que desejam desempenho de supercarro a preços de um veículo convencional.
Durante o teste de direção, o jornalista Mark Andrews destacou a dirigibilidade precisa e a estabilidade do SU7 em curvas, graças ao sistema de direção firme e bem ajustado. O carro demonstrou grande controle mesmo em situações desafiadoras, como descidas em espirais estreitas em um estacionamento subterrâneo.
Outro ponto de destaque são os sistemas de assistência ao motorista. As versões Pro e Max contam com um conjunto de sensores, incluindo tecnologia de lidar, que possibilitam condução semiautônoma. No entanto, a Xiaomi permitiu que o sistema fosse testado apenas como passageiro, alegando questões de segurança. Comparado a concorrentes como Huawei e XPeng, o sistema parece menos refinado.
O sucesso do SU7 já é evidente na China. Após o lançamento em março, a produção inicial foi esgotada em poucos dias, forçando a Xiaomi a aumentar a fabricação para 20 mil unidades mensais. Mesmo assim, a demanda pelo SUV continua alta, com consumidores atraídos por sua proposta única de desempenho, tecnologia e custo-benefício.
Embora o SU7 tenha sido exibido no Salão de Paris neste ano, a Xiaomi ainda não planeja comercializá-lo fora da China. Por enquanto, o SUV permanece restrito ao mercado local, deixando consumidores internacionais ansiosos por uma possível expansão.
O Xiaomi SU7 marca a entrada ambiciosa da gigante dos smartphones no competitivo mercado automotivo. Combinando tecnologia de ponta, design atrativo e um preço acessível, o SUV é uma prova de que mesmo empresas sem tradição no setor podem desafiar as grandes montadoras.
Com informações de: businessinsider