Após anos de busca pelo hipotético Planeta Nove além da órbita de Netuno, uma nova teoria pode mudar tudo: alguns cientistas especulam que esse objeto misterioso não seria um planeta, mas um buraco negro primordial. Essa ideia surgiu para explicar a influência gravitacional que parece agir sobre alguns objetos transnetunianos, cujas órbitas são alteradas por uma força invisível.
O conceito do Planeta Nove foi inicialmente sugerido em 2016 por Konstantin Batygin e Mike Brown, que notaram a movimentação incomum de alguns objetos distantes no Sistema Solar. De acordo com eles, um grande corpo desconhecido, com massa estimada entre cinco e dez vezes a da Terra, estaria causando perturbações gravitacionais nesses objetos. Ele estaria a uma distância entre 400 e 1.500 vezes a distância da Terra ao Sol, mas nunca foi detectado diretamente.
Enquanto o Planeta Nove continua sendo apenas uma hipótese, um grupo de cientistas propôs uma alternativa intrigante: e se o Planeta Nove for, na verdade, um buraco negro primordial? Esse tipo de buraco negro, diferente dos convencionais, teria se formado logo após o Big Bang, devido a pequenas flutuações na densidade do universo jovem. Embora seja menor em tamanho, ele teria massa e energia suficientes para causar os efeitos gravitacionais observados.
Caso o Planeta Nove seja um buraco negro, ele explicaria as perturbações gravitacionais nos objetos transnetunianos sem emitir luz, o que justificaria a dificuldade dos telescópios em detectá-lo. Buracos negros são notoriamente difíceis de observar, pois não emitem luz visível, mas sua presença pode ser inferida por sua influência gravitacional nos corpos ao redor.
Para investigar essa hipótese, os cientistas Avi Loeb e Amir Siraj, da Universidade de Harvard, estão planejando utilizar o poderoso Observatório Vera C. Rubin, que começará a operar em breve. Esse telescópio avançado é projetado para examinar o céu do hemisfério sul em detalhes, o que permitirá aos pesquisadores procurar por sinais luminosos específicos que um buraco negro poderia gerar ao atrair objetos para sua órbita.
Caso o Planeta Nove seja confirmado como um buraco negro, essa descoberta revolucionaria a ciência. Ter um buraco negro primordial no Sistema Solar daria aos cientistas uma oportunidade única de estudá-lo de perto, oferecendo pistas sobre a matéria escura, que compõe grande parte do universo, mas permanece invisível e incompreendida.
Além disso, a descoberta de um buraco negro primordial seria uma evidência importante para teorias sobre o universo primitivo, sugerindo que áreas de alta densidade após o Big Bang podem ter formado esses objetos massivos. Isso ajudaria a aprofundar nosso conhecimento sobre os primeiros momentos do universo e os processos que moldaram sua estrutura.
Enquanto o Observatório Vera C. Rubin se prepara para sua missão, a comunidade científica aguarda com expectativa as possíveis respostas. Se o Planeta Nove for realmente um buraco negro, a estrutura do Sistema Solar poderá ser redefinida, e uma nova fronteira de pesquisa estaria aberta em nossa própria vizinhança galáctica.
Com informações de: Ecoticias