Moscou – O presidente russo, Vladimir Putin, sancionou neste sábado (23) uma lei que perdoa dívidas de até 10 milhões de rublos (cerca de R$ 480 mil) para novos recrutas que se comprometerem a lutar na guerra na Ucrânia. A medida, que entra em vigor no dia 1º de dezembro, foi publicada em um site oficial do governo.
A nova legislação é voltada para pessoas que possuem dívidas em cobrança judicial antes da data estipulada e que aceitem assinar contrato com o Ministério da Defesa para um período mínimo de um ano no front. Essa iniciativa soma-se a uma série de incentivos financeiros promovidos pelo Kremlin para fortalecer as fileiras militares na Ucrânia.
Nos últimos meses, o governo russo tem oferecido pagamentos significativos para atrair recrutas, muitas vezes superando várias vezes o salário médio no país. A estratégia tem sido fundamental para aumentar o contingente de tropas em combate, ao mesmo tempo em que evita uma nova mobilização em massa, que gerou uma onda de emigração em setembro de 2022.
A decisão ocorre em um cenário de crescente endividamento dos cidadãos russos desde o início do conflito em 2022. Dados do banco central indicam um aumento expressivo no uso de crédito pelos russos, mesmo com a taxa de juros subindo para 21% em outubro.
Além de aliviar as finanças pessoais de recrutas, a medida reflete o esforço contínuo de Moscou para sustentar sua presença militar em um conflito prolongado. A legislação surge em meio a um contexto de pressão econômica interna e busca por manter apoio ao esforço de guerra.
Embora a lei beneficie diretamente aqueles dispostos a ingressar nas fileiras militares, ela também destaca as dificuldades econômicas enfrentadas pela população russa. O dólar está cotado a 104,34 rublos, um reflexo do impacto das sanções econômicas e da guerra na economia do país.
Com essa medida, o governo russo espera reforçar seu exército e garantir a continuidade das operações militares na Ucrânia, enquanto a comunidade internacional segue acompanhando os desdobramentos do conflito.
Com informações de: reuters