A política externa dos EUA: Pragmatismo ou Isolacionismo?
Durante seu primeiro mandato, Trump adotou uma política externa centrada em “América Primeiro”, criticando alianças consideradas “custosas” para os EUA. Esse retorno ao pragmatismo estratégico sugere que, novamente, os EUA podem reduzir seu envolvimento direto em conflitos e parcerias, esperando que outros países assumam maior responsabilidade por sua defesa.
Desde o início da guerra entre Ucrânia e Rússia, os EUA, sob Joe Biden, foram um dos principais apoiadores da defesa ucraniana. Com a chegada de Trump ao poder, a perspectiva é de uma mudança importante: ele já afirmou que vê na negociação uma solução mais rápida e menos custosa para a crise. Trump acredita que prolongar o conflito traz custos elevados para os EUA, tanto em termos financeiros quanto em relação ao impacto econômico global, como a alta nos preços de energia.
No Oriente Médio, Trump é conhecido por seu apoio inabalável a Israel. Ele acredita que a segurança de Israel é fundamental para a estabilidade regional, defendendo o uso de medidas militares firmes contra grupos como Hamas e Hezbollah. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, é certamente um dos grandes vencedores da nova política americana, com a promessa de continuar recebendo apoio militar e financeiro substancial, além de carta branca para adotar uma postura de segurança rigorosa.
Em relação ao Irã, Trump provavelmente retomará uma política de “dissuasão através da força”. Desde sua saída do acordo nuclear em 2018, ele implementou sanções rigorosas para enfraquecer a economia iraniana e impedir o avanço de seu programa nuclear. Para Trump, um Irã nuclear representa uma ameaça direta para Israel e seus aliados no Golfo Pérsico, e ele estaria disposto a apoiar ações preventivas, caso seja necessário, para impedir que Teerã desenvolva armamento nuclear.
Ásia e China: uma rivalidade econômica e estratégica
A postura de Trump frente à China é igualmente marcada pelo pragmatismo. Considerando a China como o maior rival econômico dos EUA, ele já sinalizou a possibilidade de aumentar as tarifas sobre produtos chineses, visando proteger a economia americana e diminuir o déficit comercial. Segundo ele, essas tarifas seriam não apenas uma estratégia de negociação, mas uma medida para fortalecer a produção interna e reduzir a dependência americana de produtos chineses.
Em relação a Taiwan, Trump propõe que a ilha também assuma uma parte maior dos custos de sua própria defesa, alinhando-se à sua visão de uma defesa americana mais justa e sustentável. Contudo, ele também promete apoiar a segurança de Taiwan, dada sua importância estratégica para conter a influência chinesa na região do Pacífico.
Os acordos de Abraão: um legado em expansão
Um novo papel para os Estados Unidos no cenário internacional
Seja uma política acertada ou não, a nova abordagem de Trump terá um impacto significativo nas relações globais e na geopolítica do século XXI.