Em 13 de novembro de 2024, o chefe da Rosoboronexport, Alexander Mikheev, anunciou à imprensa da Rússia a assinatura de um contrato para a aquisição do caça Su-57 Felon por uma operadora estrangeira. Desde então, começaram as especulações sobre o cliente, com Exército da Argélia sendo apontada como o comprador mais provável. Relatos provenientes da África, Ásia e Europa reforçam essa hipótese, com alguns analistas traçando paralelos históricos entre a compra do caça MiG-25 pela Argélia há 25 anos e a possível aquisição do Su-57 para a Força Aérea militar.
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Rumores sobre a compra do Su-57 pela Argélia ganham destaque, mas faltam confirmações oficiais
O analista militar e blogueiro argelino, X Kad-Ghani, publicou que a Argélia seria o primeiro cliente estrangeiro do Su-57, destacando o país como pioneiro na compra de aeronaves do Exército da Rússia de última geração. “A Argélia volta a fazer história! Primeiro cliente do MiG-25, agora primeiro cliente de exportação do Su-57”, escreveu Kad-Ghani em uma postagem. No entanto, Kad-Ghani não forneceu fontes confiáveis para apoiar suas alegações, o que levanta questões sobre a veracidade da informação.
Embora várias fontes tenham reiterado que a Força Aérea Argelina possa operar o Su-57 no futuro, nenhuma confirmação oficial foi feita por autoridades de Argel. O site holandês Scramble também menciona os rumores, mas destaca que ainda não há anúncio oficial sobre o comprador.
14 caças por US$ 2 bilhões em debate histórico de cooperação militar com a Rússia
A Força Aéria da Argélia é considerada um cliente potencial do Su-57 desde 2020, quando o então chefe do Estado-Maior do Exército Argelino, Said Chengriha, visitou Dmitry Shugayev, diretor do Serviço Federal de Técnico-Militar. Durante a visita, Chengriha recebeu uma maquete do Su-57 e discutiu a possibilidade de aquisição da aeronave. Na época, rumores indicavam que 14 caças Su-57 poderiam ser vendidos à Força Aérea Argelina por US$ 2 bilhões. No entanto, os detalhes financeiros e o número exato de aeronaves nunca foram confirmados oficialmente.
Especialistas descartam a China como compradora do Su-57, pois o país já possui o Chengdu J-20, um caça de quinta geração similar. Além disso, a China está investindo em um novo projeto de sexta geração, o “Imperador Branco”, o que torna a compra do Su-57 menos relevante.
Parceria histórica com a Rússia torna Força Aérea da Argélia favorita na aquisição do Su-57
Embora Irão e Índia sejam candidatos, a dependência argelina de equipamentos russos e sua posição estratégica tornam a Argélia o comprador mais provável. A Argélia, parceira da Rússia desde a Guerra Fria, possui frota majoritariamente russa, facilitando a integração de novos caças como o Su-57.
A Argélia é um candidato mais plausível do que o Irão, principalmente devido à sua estabilidade econômica, baseada em receitas de gás natural e petróleo. Em contraste, o Irão enfrenta severas sanções internacionais, o que dificulta a compra de aeronaves avançadas. A Índia, por sua vez, diversifica suas aquisições de defesa com uma crescente cooperação com países ocidentais, o que torna a compra do Su-57 menos provável.
Geopoliticamente, o Exército da Argélia tem fortes razões para adquirir o Su-57. O país enfrenta a tensão aumenta no norte da África com o fortalecimento das relações de defesa entre Marrocos, Estados Unidos e Israel. O Su-57, com sua furtividade e capacidades avançadas, poderia fornecer uma vantagem estratégica significativa para a Argélia.
O Su-57 da Força Aérea: o caça de quinta geração da Rússia
Desenvolvido pelo Sukhoi Design Bureau, o Su-57 é um caça multifuncional de quinta geração projetado para realizar missões de superioridade aérea e ataque de precisão. Com 19,8 metros de comprimento e uma envergadura de 14 metros, o Su-57 tem um peso máximo de decolagem de 35.000 quilos. Equipado com dois motores “Item 117” (AL-41F1), a aeronave pode atingir uma velocidade de 2.450 km/h (Mach 2) e tem uma autonomia de até 3.500 km sem reabastecimento.
O Su-57 é conhecido por seus recursos furtivos, incluindo revestimentos especiais e um design que minimiza a assinatura de radar. Além disso, a aeronave possui aviônicos Sh121 e radar N036 “Belka”, rastreando simultaneamente alvos aéreos e terrestres com precisão avançada. Em termos de armamento, o Su-57 transporta mísseis e bombas guiadas, realizando ataques precisos contra alvos aéreos e terrestres.
A combinação de uma forte relação histórica com a Rússia, a capacidade econômica, as necessidades estratégicas e a infraestrutura técnica fazem da Argélia o candidato mais lógico para operar o Su-57 no futuro. Embora a especulação continue, muitos especialistas apontam a Argélia como o próximo país a adicionar o Su-57 à sua frota de caças avançados.