Em novembro de 2024, a Rússia registrou o maior avanço territorial na Ucrânia desde os primeiros meses da invasão, iniciada em fevereiro de 2022. Segundo dados recentes, as forças russas capturaram cerca de 600 km², superando todo o território conquistado durante o ano de 2023. Esse avanço corresponde a uma área equivalente à metade do tamanho de Londres, destacando um impulso significativo na ofensiva russa após meses de estagnação.
Os combates mais intensos ocorreram nas regiões de Donetsk e Zaporiz, onde tropas russas exploraram vulnerabilidades nas linhas ucranianas utilizando táticas de cerco e bombardeios de precisão. Em uma única semana, na última de novembro, foram capturados 235 km², o maior ganho semanal do ano. Cidades como Cacov e Pokrovsk estão no centro da estratégia russa, que busca romper as defesas ucranianas para abrir caminho para novos avanços.
O sucesso russo também é atribuído à coordenação de operações terrestres, aéreas e de inteligência, implementada após mudanças no alto comando militar de Moscou. Relatórios sugerem que a Rússia utilizou dados de satélites e análises estratégicas para identificar brechas específicas nas defesas ucranianas, aproveitando ao máximo as condições no campo de batalha.
Outro fator crucial foi a chegada de armamentos e tropas da Coreia do Norte, reforçando setores mais estáveis e permitindo que Moscou concentrasse esforços em áreas estratégicas. Em contrapartida, a Ucrânia enfrenta dificuldades crescentes para repor tropas e equipamentos, com os recursos internacionais chegando mais lentamente e desafios internos de mobilização.
A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos também impactou o cenário geopolítico. Analistas apontam que Vladimir Putin pode estar intensificando sua ofensiva para consolidar ganhos territoriais antes de possíveis negociações mediadas pelo novo governo norte-americano. Trump já declarou sua intenção de buscar uma resolução para o conflito, o que torna as conquistas russas um fator de barganha crucial.
Enquanto a Ucrânia insiste em recuperar todos os territórios ocupados, incluindo a Crimeia, os avanços russos fortalecem suas posições estratégicas e complicam as perspectivas de resistência ucraniana. O apoio militar ocidental, embora ainda presente, enfrenta incertezas devido à transição política nos Estados Unidos e desafios econômicos na Europa.
Com o avanço territorial mais significativo em quase dois anos, a Rússia muda as dinâmicas da guerra, moldando os rumos de uma possível negociação ou de novas ofensivas militares nos próximos meses.
Com informações de: Hoje no mundo militar