A SpaceX entrou para a história nesta sexta-feira (8) ao realizar a primeira manobra de reboost da Estação Espacial Internacional (ISS) com sua cápsula Dragon. O evento, que ocorreu às 12h50 no horário de Brasília (17h50 GMT), foi um marco na trajetória da empresa no suporte à ISS e uma preparação para missões futuras, incluindo o planejamento para sua eventual desativação em 2030.
A operação, que envolveu a queima dos motores da Dragon por 12,5 minutos, teve como objetivo ajustar a altitude da ISS, que naturalmente decai devido à resistência atmosférica em órbita baixa. Embora outras naves, como as russas Soyuz, tradicionalmente realizem essa tarefa, esta foi a primeira vez que uma cápsula da SpaceX executou tal manobra, marcando um avanço significativo para a empresa americana.
De acordo com Jared Metter, diretor de confiabilidade de voo da SpaceX, os dados coletados durante essa manobra serão cruciais para o desenvolvimento de uma nova geração de naves, incluindo o veículo de desorbitagem dos Estados Unidos. “Esses dados vão nos ajudar a aprimorar nossas capacidades e preparar o caminho para a desativação segura da ISS”, explicou Metter durante uma coletiva de imprensa.
O contrato para desorbitar a ISS foi concedido à SpaceX em julho, com o objetivo de desativar o laboratório orbital quando novas estações espaciais comerciais estiverem prontas para assumir suas funções. Para isso, a SpaceX desenvolverá uma versão maior da Dragon, que será responsável pela missão de retirar a ISS de órbita de forma controlada.
A ISS, localizada a cerca de 400 km acima da Terra, necessita de reboosts regulares para manter sua altitude. Até agora, a Rússia desempenhou um papel central nessas operações, mas mudanças na parceria internacional e planos da Rússia para construir sua própria estação espacial a partir de 2028 abriram espaço para outras empresas, como a SpaceX, assumirem essa responsabilidade.
Apesar do sucesso, a operação ocorreu em meio a preocupações levantadas por incidentes recentes envolvendo a SpaceX. Nos últimos meses, a empresa enfrentou problemas técnicos em seus foguetes Falcon 9 e em missões com a cápsula Dragon. No entanto, a NASA afirmou que confia no rigor e na transparência da SpaceX em resolver essas questões sem comprometer a segurança.
Entre os problemas registrados, destacam-se falhas durante lançamentos e pousos de foguetes e pequenas anomalias em paraquedas durante a reentrada da cápsula Crew Dragon. Apesar disso, todos os incidentes foram resolvidos rapidamente, e a NASA garantiu que eles não representam risco imediato às operações em andamento.
Com o sucesso da manobra de hoje, a SpaceX reforça sua posição como peça-chave no futuro das operações espaciais. A parceria com a NASA e os dados obtidos nesta missão serão determinantes para o próximo grande passo: encerrar a jornada de mais de duas décadas da ISS em órbita.
Com informações de: Space