A Coreia do Norte realizou um teste militar de míssil balístico intercontinental (ICBM) que resultou no mais longo tempo de voo já registrado pelo país, evidenciando um avanço nas capacidades de defesa e ataque. O lançamento, ocorrido na manhã de quinta-feira (31), manteve o míssil no ar por 86 minutos, segundo autoridades japonesas, o maior tempo de voo registrado até agora para um míssil norte-coreano.
O projétil foi lançado próximo a Pyongyang e caiu a cerca de 200 quilômetros da ilha de Okushiri, no Japão, após atingir uma altitude impressionante de sete mil quilômetros e percorrer mil quilômetros de distância. Essa demonstração militar ocorre em meio a um contexto sensível, poucos dias antes da eleição presidencial dos EUA, elevando as preocupações com as intenções das forças armadas norte-coreanas.
Estratégia de defesa das Forças Armadas e reforço de alianças militares
O teste do ICBM acontece em um momento de reforço dos laços entre a Coreia do Norte e a Rússia, o que tem gerado inquietação entre as nações ocidentais, especialmente em relação à intensificação de suas capacidades de ataque e defesa nuclear. A inteligência sul-coreana havia alertado que a Coreia do Norte planejava realizar um teste de míssil balístico intercontinental próximo à eleição dos EUA, utilizando a oportunidade para testar a tecnologia de reentrada.
Esses movimentos indicam uma postura cada vez mais agressiva da Coreia do Norte, ao mesmo tempo em que o país fortalece suas forças armadas e alianças estratégicas com parceiros como a Rússia.
Tempo de voo recorde e detalhes do míssil lançado
Autoridades no Japão informaram que o míssil balístico, que permaneceu no ar por 86 minutos e atingiu uma altitude de sete mil quilômetros, caiu no Mar do Japão, fora da zona econômica exclusiva do país, perto da ilha de Okushiri, em Hokkaido. O Ministro da Defesa japonês, Gen Nakatani, comentou que “o tempo de voo foi o mais longo de todos os tempos”, sugerindo um marco sem precedentes na capacidade militar norte-coreana.
Segundo um porta-voz do governo da Coreia do Sul, o míssil poderia ser um novo modelo de míssil balístico de longo alcance, com propulsão sólida, disparado de um lançador móvel que foi exibido recentemente por Pyongyang.
Tecnologia de combustível sólido: Um avanço nas capacidades de ataque militar
A escolha por um míssil de combustível sólido, como o Hwasong-18 da Coreia do Norte, representa uma evolução significativa nas capacidades de defesa e ataque do país. Mísseis de combustível sólido são mais estáveis e permitem um tempo de lançamento mais rápido, o que dificulta a detecção por parte dos adversários e aumenta a eficácia das forças armadas norte-coreanas.
Ao contrário dos mísseis de combustível líquido, que podem levar horas para serem lançados, os de combustível sólido podem ser disparados em questão de minutos, tornando-se uma ameaça estratégica.
Reação internacional e implicações para a segurança global
A resposta internacional ao lançamento foi imediata. A Casa Branca condenou o teste como uma “violação flagrante de várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU”. Sean Savett, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, afirmou que esse tipo de lançamento “aumenta desnecessariamente as tensões” na região.
Os EUA, em coordenação com a Coreia do Sul e o Japão, se comprometeram a tomar todas as medidas necessárias para garantir a segurança nacional e a proteção dos aliados na Ásia. Esse episódio destaca a crescente complexidade das relações de defesa e segurança globais, enquanto a Coreia do Norte expande suas capacidades militares em meio a um cenário de alianças estratégicas e novas tecnologias de ataque.