No último dia 25 de novembro o jornal britânico The Times garantiu que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, está considerando demitir todas as pessoas trans do Exército americano. Para embasar a afirmação, o jornal citou fontes de defesa do país.
De acordo com o Times, Trump planeja emitir ordem executiva que levará à dispensa médica dos cerca de 15 mil militares transgênero do país e à proibição de futuros alistamentos de pessoas trans.
A equipe de Trump negou que o republicano tenha esse plano. Segundo a secretária de imprensa do presidente eleito, Karoline Leavitt, as fontes não identificadas do The Times estão especulando e não têm ideia do que realmente estão falando.
“Nenhuma decisão sobre esse assunto foi tomada. Nenhuma política deve ser considerada oficial, a menos que venha diretamente do presidente Trump ou de seus porta-vozes autorizados”.
Pouco depois, a deputada republicana Marjorie Taylor Greene, importante apoiadora de Trump, reagiu positivamente à possibilidade, alegando que “isso melhorará o recrutamento e economizará dinheiro”.
Nos Estados Unidos, pessoas trans ganharam o direito de servir nas Forças Armadas pela primeira vez durante o governo de Barack Obama. Na época, Obama criou um programa inédito para permitir que militares fizessem procedimentos de transição de gênero dentro do próprio Exército.
Em seu primeiro mandato, Trump reverteu a medida de Obama e disse que as “Forças Armadas não podem ser prejudicadas com os enormes custos médicos e com a perturbação que implicariam os transgêneros”.
Posteriormente, Joe Biden derrubou a proibição de Trump e assinou um decreto que destaca que “todos os americanos qualificados para servir nas Forças Armadas dos Estados Unidos devem poder fazê-lo”.
Durante a última campanha, Trump prometeu proibir o Departamento de Assuntos de Veteranos de desperdiçar “único centavo para financiar cirurgias transgênero ou procedimentos de mudança de sexo”.
Militares trans no Brasil
No Brasil, a militar trans Alice Costa, que conquistou direito na Justiça de usar nome social e usar uniformes femininos, foi afastada, julgada incapaz e teve reforma imposta pela Marinha em 6 de novembro.
Segundo a advogada de defesa da terceiro-sargento, Bianca Figueira Santos, desde a vitória judicial a militar teria sido submetida a frequentes inspeções de saúde pela Força Naval que a mantiveram fora das funções e a superar o tempo máximo de afastamento permitido.
Agora, a advogada move ação contra a Marinha visando a anular a reforma de Alice e também de outras 2 militares trans do Rio de Janeiro.