Nas profundezas geladas do Ártico, um colosso de 180 metros surge como uma ameaça invisível, capaz de mudar o curso da história. O submarino nuclear russo K-300 Belgorod, armado com torpedos Poseidon e tecnologias furtivas, carrega o poder devastador de um apocalipse silencioso. Mas o que torna essa arma tão temida pelas grandes potências e por que sua presença está causando tensões globais entre Rússia, OTAN e EUA.
O K-300 foi originalmente projetado como parte de um projeto antissubmarino, mas passou por modificações significativas após o desastre do Kursk, outro submarino russo, que afundou no Mar de Barents em 2000. Entre as modificações mais notáveis, está a adição de um compartimento central de 30 metros, onde antes ficavam os mísseis.
Essa alteração não foi feita para quebrar recordes, mas para abrigar os torpedos Poseidon, as primeiras armas termonucleares furtivas do mundo. Capazes de viajar centenas de quilômetros sob a água, esses torpedos podem gerar tsunamis nucleares e ondas radioativas devastadoras, tornando vastas regiões costeiras inabitáveis por décadas.
EUA e Marinha Real Britânica em alerta com a presença do submarino Belgorod no Ártico
A presença do Belgorod e de outros submarinos nucleares russos no Ártico tem acendido os alertas entre os países ocidentais. Recentemente, o Belgorod emergiu das águas geladas, permanecendo visível por horas antes de submergir novamente.
Essa manobra atraiu a atenção de potências como os EUA e o Reino Unido. A Marinha Real Britânica detectou submarinos russos atravessando rotas escandinavas, incluindo Estônia, Suécia e Dinamarca. O rastreamento desses submarinos foi um desafio: algumas vezes, objetos desapareciam misteriosamente dos radares, atribuídos a erros de software.
Tensões crescem entre Rússia, Marinha Britânica e OTAN no Ártico e Mar Negro
Entre a Noruega e o Reino Unido, duas grandes silhuetas submersas chamaram a atenção da Marinha Britânica, que rapidamente agiu para inspecionar os objetos. Para surpresa dos britânicos, os submarinos russos emergiram como se nada tivesse acontecido, antes de retornarem às profundezas.
A OTAN reagiu, enviando uma frota de 23 navios ao Mar Negro, intensificando as tensões com a Rússia. Entre esses navios estavam destróieres americanos como o USS Ross, que representam uma ameaça direta à segurança dos submarinos russos.
Em meio a esses acontecimentos, o único porta-aviões da Rússia, o Almirante Kuznetsov, entrou em cena. Essa embarcação de 300 metros de comprimento — com capacidade para transportar 28 bombardeiros e 24 helicópteros — estava sendo preparada para apoiar os submarinos russos. Contudo, um misterioso incêndio a bordo gerou caos e atrasos, alimentando especulações sobre sabotagem.
Heroísmo e os desafios do submarino K-19 no legado nuclear russo
O legado dos submarinos nucleares russos é marcado por feitos impressionantes e tragédias. Um exemplo é o K-19, o primeiro submarino nuclear de mísseis balísticos da Rússia. Em 1961, durante exercícios no Atlântico Norte, uma falha no reator nuclear colocou a tripulação em perigo mortal. Sem equipamentos adequados de proteção, 21 tripulantes corajosos se voluntariaram para reparar o vazamento, salvando o submarino, mas pagando o preço com suas vidas devido à exposição à radiação.
Apesar do incidente, o K-19 voltou ao serviço, mas enfrentou diversos problemas. Em 1969, colidiu com um submarino americano da classe Gato, e, três anos depois, um incêndio a bordo resultou em 32 vítimas. Essas histórias reforçam os desafios técnicos e os riscos estratégicos associados a essas máquinas colossais.