Donald Trump, durante sua campanha para a presidência, expressou intenções claras de intensificar as tensões comerciais com a China e outros países, como Canadá e México. Ele anunciou que, no primeiro dia de seu novo mandato, pretende implementar tarifas significativas sobre produtos importados, destacando um imposto de 10% sobre os produtos chineses e tarifas de 25% sobre bens do Canadá e do México.
Essas ações são justificadas por Trump como medidas para combater a imigração ilegal e o tráfico de drogas, especialmente o fentanil, que ele atribui em parte à China.
As ameaças de Trump incluem a possibilidade de impor tarifas adicionais que podem chegar a 60% ou mais sobre todas as importações chinesas. Mais recentemente ele também mencionou tarifas de 100% sobre produtos exportados pelos países do BRICS caso esses países tentem criar uma moeda alternativa ao dólar.
Essa retórica reflete uma abordagem protecionista que busca fortalecer a economia americana à custa das relações comerciais internacionais.
“NÃO HÁ VENCEDORES” NA GUERRA QUE OS EUA QUEREM TRAVAR COM A CHINA
Segundo o jornal South China Morning Post, Xi Jinping, presidente da China, afirmou que não haverá vencedor numa guerra tarifária ou tecnológica entre a China e os EUA, prometendo que Pequim protegerá firmemente seus interesses.
Em reunião com os chefes de 10 importantes instituições econômicas internacionais em Pequim, ele ajustou pela primeira vez, para uma audiência global – ao invés de em reuniões bilaterais com oficiais americanos – o tom da abordagem de Pequim em relação a Washington previsto para o segundo mandato de Donald Trump na Casa Branca.
Os comentários do presidente Xi Jinping sugerem que a China está relutante em escalar as tensões, mas pronta para retaliar, se os EUA tomarem ações contra ela. O presidente chinês advertiu que “guerras tarifárias, guerras comerciais e guerras tecnológicas vão contra as tendências históricas e as leis econômicas”.
Os comentários vieram à tona após o presidente eleito dos EUA ter dito à emissora NBC na sexta-feira, 6/12, que ele e Xi “estão se comunicando … há três dias”. Trump também mencionou que a China poderia desempenhar um papel crucial na resolução de um dos conflitos mais críticos da atualidade.
TRUMP QUER CHINA MEDIANDO GUERRA NA EUROPA
Trump pede à China que ajude a trazer paz à Ucrânia, afirmando que “teve comunicação” com Xi recentemente. O presidente eleito disse em uma entrevista à NBC, exibida no domingo, que teve “uma troca” com Xi na semana passada.
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, sugeriu que a China poderia desempenhar um papel crucial na mediação da paz entre Rússia e Ucrânia, em comentários que referenciavam o colapso dramático do regime de Bashar al-Assad na Síria.
“Muitas vidas estão sendo desperdiçadas desnecessariamente, muitas famílias destruídas, e se continuar assim, pode se transformar em algo muito maior e muito pior. Eu conheço bem o Vladimir. Este é o momento dele agir. A China pode ajudar. O mundo está esperando”, disse Trump em uma postagem nas redes sociais.
Em uma entrevista exibida mais tarde no domingo, Trump disse à NBC que “se deu muito bem” com o presidente chinês Xi Jinping e que os dois líderes tiveram “comunicação recentemente”.