Na última segunda-feira, o General Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, Comandante do Exército Brasileiro, recebeu o Título Honorífico de Cidadão Pernambucano. A cerimônia foi realizada na Assembleia Legislativa de Pernambuco (ALEPE) e contou com a presença de um verdadeiro desfile de autoridades, como a Vice-Governadora de Pernambuco, Priscila Krause, o Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e até o Prefeito de Recife, João Campos. Uma verdadeira celebração, para não dizer mais uma formalidade política, em um evento que, para muitos, é mais uma daquelas homenagens que acontecem, mas não causam tanto impacto.
Reconhecimento ou jogo político?
O título foi proposto pelo Presidente da ALEPE em reconhecimento ao trabalho do General Tomás na instalação da Escola de Sargentos do Exército em Pernambuco. Não dá pra negar que a escola tem sua importância para o treinamento de novos sargentos, mas o que mais chama a atenção aqui é o papel crescente das Forças Armadas em assuntos civis. Se por um lado o General Tomás recebeu elogios por sua dedicação em tirar o projeto do papel, por outro, fica a dúvida: até que ponto a atuação do Exército merece celebrações em eventos civis? Será que não estamos indo longe demais?
A Cerimônia: muita festa e algumas reflexões
Claro, a homenagem foi um grande evento. Com música de Beto Ortiz e a Orquestra Criança Cidadã, o espetáculo tinha tudo para ser um marco. O próprio General Tomás fez seu discurso, agradecendo a honraria e destacando que o título não era apenas para ele, mas para todo o Exército Brasileiro. O GEneral também comentou sobre o significado de receber o título na sede do Comando Militar do Nordeste. Tudo muito bonito, mas, no fundo, fica aquela sensação de que esse tipo de evento está mais para um reconhecimento de status do que para um verdadeiro mérito.
Enquanto Tomás Paiva agradecia, os olhares mais atentos questionavam o papel crescente do Exército em questões políticas. Esse tipo de movimentação, com o Exército se aproximando de governos estaduais, alimenta sobretudo discussões sobre os limites da atuação militar no Brasil.