De novo? Rússia é apontada como responsável por queda de avião comercial no Cazaquistão
A queda do Embraer 190 da Azerbaijan Airlines, que matou 38 pessoas no Cazaquistão na última quarta-feira (25), teve como causa confirmada um míssil terra-ar russo, de acordo com fontes do governo azerbaijano. O voo 8432, que partiu de Baku com destino a Grozny, na Chechênia, foi atingido durante atividades militares russas para conter drones ucranianos.
Trajetória alterada e bloqueio de pousos
De acordo com relatos, o míssil foi disparado por um sistema de defesa aérea Pantsir-S em território checheno. Estilhaços teriam danificado a fuselagem e atingido passageiros e tripulantes. Apesar da gravidade, os pilotos solicitaram pouso de emergência em aeroportos russos, mas o avião recebeu ordens de seguir para o aeroporto de Aktau, no Cazaquistão.
Além disso, fontes confirmaram que os sistemas de navegação GPS da aeronave receberam bloqueio durante o trajeto sobre o Mar Cáspio. O fato dificultou ainda mais as manobras de emergência.
O incidente ocorreu em meio a operações de defesa russa contra drones ucranianos. De acordo com o Conselho de Segurança da Chechênia, ataques de UAVs (Veículos Aéreos Não Tripulados) estavam sendo realizados em Grozny no mesmo horário. Apesar de não haver vítimas ou danos em solo russo, a defesa aérea teria disparado mísseis em resposta aos drones, um dos quais atingiu a aeronave comercial.
Vôo MH17
A tragédia relembra o caso do voo MH17, abatido em 2014 por um míssil sobre o território ucraniano controlado por separatistas pró-Rússia. Na época, o incidente resultou em 298 mortes. Agora, o incidente envolvendo o voo 8432 marca a segunda vez em que forças russas são alvo de acusação de derrubar uma aeronave comercial.
O acidente também evoca um episódio de 2018, quando um Embraer 190 da Air Astana sofreu falha hidráulica sobre Portugal. Naquela ocasião, a assistência da Força Aérea Portuguesa garantiu um pouso seguro, contrastando com a falta de apoio recebida pelo voo azerbaijano.
Investigação e reações internacionais
Autoridades do Azerbaijão e do Cazaquistão conduzem uma investigação conjunta para esclarecer os eventos. A recusa russa em permitir o pouso emergencial e o redirecionamento para Aktau são pontos centrais na apuração.
O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, decretou luto nacional e prometeu uma investigação rigorosa. Aliyev também iniciou uma pressão diplomática para que Moscou se posicione formalmente sobre o incidente.
A queda do voo 8432 agrava as já tensas relações entre Azerbaijão e Rússia. Apesar de Moscou ter evitado declarações conclusivas, a crescente evidência da responsabilidade russa coloca o Kremlin sob pressão internacional.
O mundo agora aguarda as próximas etapas da investigação e a resposta oficial da Rússia diante das acusações.