Nos próximos três a quatro anos, o espaço aéreo do Sudeste Asiático será marcado pela introdução de novos e avançados aviões de combate, incluindo o JAS39 Gripen E/F (Tailândia), Rafale e possivelmente o F-15EX (Indonésia), além do F-35B de decolagem vertical e pouso curto, que será operado pela Força Aérea da República de Cingapura. Esses avanços têm aumentado a pressão sobre a Força Aérea Real da Malásia (RMAF) para modernizar sua frota e competir com as nações vizinhas.
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Países em movimento no cenário da aviação militar
Países como as Filipinas também estão se movimentando rapidamente no setor da aviação militar. A decisão sobre a escolha de seus aviões de combate multifuncionais (MRCA) está em andamento, com opções como o JAS39 Gripen E/F, o F-16 Block 70 e o novo KF-21 “Boramae”, desenvolvido pela Korea Aerospace Industries (KAI). Simultaneamente, o Vietnã negocia com os Estados Unidos a aquisição de caças F-16, enquanto Mianmar já incorporou os Su-30, fabricados na Rússia, ao seu inventário.
Esse cenário amplia as preocupações da Força Aérea Real da Malásia (RMAF), que ainda depende de aviões de combate de 4ª geração, como o Su-30MKM e o F/A-18D Hornet. Apesar de terem sido modernizados pelo programa Mid-Life Upgrade (MLU), esses modelos não conseguem competir efetivamente com os caças de 4,5 e 5ª geração que estão sendo adquiridos por outras forças aéreas da região.
Medidas da Malásia para equilibrar o espaço aéreo
A Força Aérea Real da Malásia está tomando medidas para modernizar sua frota e reduzir a lacuna tecnológica no espaço aéreo regional. Recentemente, o governo malaio assinou um contrato no valor de RM4 bilhões para adquirir 18 caças FA-50M da KAI. No entanto, esses aviões de combate são classificados como leves e não substituem os caças MRCA mais robustos necessários para garantir o equilíbrio estratégico na aviação militar da região. A proposta de aquisição de F/A-18C/D da Força Aérea do Kuwait também é considerada uma solução temporária até que novos MRCA sejam adquiridos.
O plano de longo prazo da Malásia, conforme o programa CAP55, inclui a desativação dos F/A-18D Legacy Hornet até 2035 e dos Su-30MKM até 2040. Contudo, a lacuna de capacidade entre a RMAF e outras forças aéreas da região pode crescer significativamente se ações rápidas não forem implementadas.
Desafios no mar da China Meridional
Outro grande desafio para a Força Aérea da Malásia é a crescente presença chinesa no Mar da China Meridional. A China tem patrulhado a região com seus caças J-20 “Mighty Dragon” de 5ª geração e se prepara para introduzir o J-35A, recentemente apresentado no China Airshow 2024. Esses avanços no espaço aéreo aumentam a urgência da RMAF em adquirir aviões de combate mais modernos, como o Gripen E/F, para enfrentar as ameaças emergentes.
O futuro da aviação militar no Sudeste Asiático
Se a RMAF e o governo malaio não agirem rapidamente, a lacuna tecnológica no espaço aéreo do Sudeste Asiático se ampliará, colocando a Malásia em desvantagem estratégica. Enquanto países como Indonésia e Cingapura avançam com a aquisição de aviões de combate de ponta, como o Rafale e o F-35B, a modernização da aviação militar malaia é essencial para manter o equilíbrio no espaço aéreo da região e enfrentar possíveis confrontos no Mar da China Meridional.