Uma auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) concluiu que “deficiências significativas” na estimativa de custos do ciclo de vida das Fragatas Classe Tamandaré “prejudicam a viabilidade do investimento”. As informações foram divulgadas pela Carta Capital nesta terça-feira, 3 de dezembro.
Os 4 navios de escolta de alto poder de combate foram adquiridos por R$ 9,1 bilhões em 2017 para modernizar a frota e devem ser incorporados gradualmente à Força Naval entre 2025 e 2029. O primeiro deles foi entregue em agosto em cerimônia que teve a presença do presidente Lula.
Segundo a auditoria do TCU, solicitada pela própria Marinha em 2019, há falta de abrangência, precisão e documentação na estimativa de custos.
O material da área técnica foi avaliado por ministros da Corte de Contas da União e eles entenderam que pode haver “insuficiência de recursos para o financiamento do programa, levando à redução de escopo, alongamento de cronograma, aumento de custos ou realocações de recursos de outros programas da Marinha”.
Weder de Oliveira, ministro substituto e relator do caso no TCU, recomendou que a Força Naval seja comunicada com o objetivo de “garantir a exatidão, confiabilidade e transparência das informações que fundamentam as decisões estratégicas e o planejamento”. Todos os ministros acompanharam o voto do relator.
Em 2017 o TCU já havia recomendado ao então ministro da Defesa que condicionasse o início de novos projetos de investimentos a estudos de viabilidade que demonstrem possibilidade de execução dos seus cronogramas físico-financeiros pra evitar prejuízos.