O modelo atual: conscrição e integração social
O Exército Brasileiro opera atualmente sob um modelo de conscrição obrigatória, sem ser 100% profissional. No entanto, na prática, a seleção é muitas vezes aleatória com critérios imprecisos.
Historicamente, o sistema serviu à integração social, permitindo que jovens de diferentes origens tivessem contato com disciplinas militares e adquirissem habilidades úteis para a vida civil. Contudo, essa abordagem contrasta com tendências globais, onde exércitos menores, altamente treinados e totalmente profissionais se mostram mais eficazes em cenários de guerra modernos.
A questão que surge é: seria vantajoso para o Exército Brasileiro abandonar o modelo de conscrição e adotar exclusivamente um exército profissional?
As vantagens de um Exército profissional
1. Treinamento e eficiência:
Um Exército profissional é formado por soldados altamente treinados e voluntários, que dedicam suas carreiras à vida militar. Essa especialização resulta sobretudo em maior eficiência e prontidão para missões complexas. Um exemplo histórico disso foi o Exército Romano, cuja eficácia vinha de um treinamento constante e rigoroso, permitindo que uma força relativamente pequena obtivesse resultados históricos.
2. Menor desperdício de recursos:
Com um efetivo menor e mais qualificado, os custos relacionados ao treinamento de novos recrutas seriam reduzidos. Recursos seriam direcionados principalmente para melhorar equipamentos, infraestrutura e programas de modernização.
3. Operações modernas:
Conflitos atuais exigem forças especializadas em tecnologias avançadas, como drones e sistemas cibernéticos. Uma força profissionalizada poderia se adaptar melhor às demandas contemporâneas.
As desvantagens de abandonar o modelo atual
1. Custo elevado:
O Brasil enfrenta desafios sobretudo econômicos para sustentar um Exército Brasileiro 100% profissional. Países como EUA e Reino Unido oferecem indenizações milionárias a soldados por invalidez ou morte, um padrão que o Brasil atualmente não poderia financiar.
2. Perda do papel social do Exército:
O modelo de conscrição permite que jovens adquiram habilidades técnicas que aplicáveis na vida civil. No Brasil, essa experiência se reflete em recrutas que saem do Exército prontos para operar maquinário agrícola ou trabalhar em outros setores produtivos.
3. Impacto na segurança nacional:
Um Exército Brasileiro menor e totalmente profissional pode não ser suficiente para cobrir o vasto território brasileiro e as diversas ameaças internas e externas que o país enfrenta, como desastres naturais, missões de paz e operações na Amazônia.