Leopard 2 A4 vs. T-90M: realidade versus papel
Discutir a superioridade entre tanques modernos é como debater qual superesportivo é melhor enquanto ambos estão presos no trânsito. No entanto, quando saímos da teoria e entramos no campo de batalha real, algumas diferenças são impossíveis de ignorar. Roland Bartetzko, veterano e especialista em logística na Ucrânia, colocou os pingos nos “is” ao analisar o Leopard 2 A4 e o T-90M.
O T-90: um gigante no papel
De acordo com Bartetzko, o T-90 impressiona… quando se lê a ficha técnica na Wikipedia. Antes da invasão russa à Ucrânia, a superioridade desse tanque parecia indiscutível em vídeos no YouTube e TikTok, de acordo com analistas de sofá e entusiastas militares. Mas, como ficou claro nos conflitos reais, a suposta supremacia do T-90 desmorona rapidamente diante da performance ocidental.
O problema é que o T-90 é vítima de suas próprias limitações:
- Sistema de carregamento automático: Embora pareça uma vantagem em teoria, na prática, é mais lento que um carregador humano bem treinado no Leopard 2.
- Armazenamento de munição: Aqui mora o perigo fatal. A munição do T-90 fica no fundo do compartimento da tripulação, sem proteção adequada. Qualquer impacto direto pode detonar todo o tanque, levando junto os tripulantes.
- Velocidade reversa: Enquanto o Leopard 2 recua rapidamente a 19,3 mph, o T-90 rasteja a 9,3 mph. Em combate, essa diferença pode ser a linha tênue entre a sobrevivência e a destruição, especialmente ao tentar escapar de um ataque frontal.
- Blindagem insuficiente: Apesar de parecer robusto, o T-90 é vulnerável até mesmo a mísseis antitanque antigos, como aqueles de fabricação russa usados pelos próprios ucranianos.
O Leopard 2: um predador silencioso
O Leopard 2 A4, lançado nos anos 1980, é um exemplo sobretudo de como a engenharia sólida resiste ao teste do tempo. Mesmo diante de modelos mais modernos, como o T-90M, o Leopard se destaca no campo de batalha. A chave de sua superioridade está principalmente na combinação de proteção, mobilidade e poder de fogo.
Além disso, o tanque alemão tem como foco a segurança de sua tripulação. Sua munição é armazenada em compartimentos protegidos, reduzindo drasticamente as chances de explosões catastróficas.
Bartetzko destaca que, até agora, mais de 160 T-90s foram destruídos na Ucrânia, incluindo 100 unidades do avançado T-90M. Para um tanque que deveria ser o ápice da tecnologia militar russa, a perda em massa é uma vergonha difícil de ignorar.
Em contraste, os tanques ocidentais, incluindo o Leopard 2, vem demonstrando um desempenho muito superior. Até mesmo o M2 Bradley, veículo de combate de infantaria americano, já conseguiu destruir T-90s no campo de batalha.
Polêmicas e falhas estratégicas
A questão vai além da engenharia. A performance do T-90 reflete também os problemas estruturais das forças armadas russas. Esses problemas incluem treinamento insuficiente, má logística e estratégias antiquadas. Enquanto a Rússia apostava na quantidade, o Ocidente investiu na qualidade — e a diferença está clara.
Além disso, a confiança no T-90 como símbolo de força militar foi severamente abalada pelas perdas documentadas. Em meio a isso, surgem críticas à propaganda russa, que inflou a reputação do tanque enquanto ignorava suas falhas gritantes.
Assim, no papel, o T-90M pode parecer um adversário formidável. Mas, como a guerra na Ucrânia mostrou, o campo de batalha não perdoa falhas de design ou propaganda exagerada. O Leopard 2, mesmo com décadas de existência, continua a provar que engenharia superior, combinada com táticas bem executadas, sempre vencerá o espetáculo vazio.