O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, telefonou para o chanceler venezuelano Yván Gil na quinta-feira, 23 de janeiro, pedindo posicionamento formal ao país vizinho sobre a entrada de tropas de Maduro em alguns metros dentro de território brasileiro, sem a devida comunicação prévia. Yván Gil prometeu averiguar o contexto e dar um retorno, o que ainda não aconteceu.
O incidente causou preocupação a moradores de Pacaraima (RR), que divulgaram vídeos do episódio nas redes sociais, e alarmou as Forças Armadas. O Exército chegou a deslocar blindados que já estavam na região para mais próximos da fronteira.
Militares que atuam na região afirmam que é comum que os 2 países usem a área para fazer retorno de veículos, mas a Venezuela quebrou o protocolo ao não fazer a devida comunicação prévia sobre a manobra. O regime de Maduro apenas informou que realizaria nos dias 22 e 23 de janeiro um exercício militar próximo a Brasil e Colômbia e, por isso, manteria a fronteira fechada por algumas horas.
De acordo com fontes da diplomacia brasileira ouvidas por O Globo, em reportagem divulgada nesta sexta-feira, 24 de janeiro, o episódio não foi considerado como invasão e por isso não houve guerra. Entretanto, devido à ausência de comunicação e o fato de o incidente ocorrer em pleno exercício militar venezuelano, o Itamaraty resolveu marcar posição e cobrar explicações para que não seja criado precedente com qualquer país fronteiriço.
Dentro do governo, é claro que houve uma exibição desnecessária por parte das Forças venezuelanas. Integrante do alto escalão, ouvido pela jornalista Renata Agostini, chegou a afirmar que Maduro estava “fazendo graça”.
Nem o Planalto, nem o Itamaraty, tampouco o Ministério da Defesa comentaram o episódio de forma oficial.