“O Brasil tem hoje mais oficiais do que necessário nessas organizações, lhes faltando comando e direção”. A afirmação é do historiador, professor aposentado da UFF (Universidade Federal Fluminense) e ex-deputado Federal, Manuel Domingos Neto.
O argumento do pesquisador do meio militar há mais de 50 anos foi publicado no dia 8 de janeiro pela Agência Pública em resposta ao que ele acha da ideia de dissolver o Comando de Operações do Exército, após a participação de diversos oficiais no suposto plano de golpe de Estado investigado pela Polícia Federal.
Manuel Domingos Neto se mostrou contra a medida.
“Não há a menor possibilidade de um exército moderno não possuir um contingente preciso, altamente treinado para missões extraordinárias. É inviável essa ideia, parece coisa de quem não estudou os militares, de quem não conhece o meio nem seu motivo de existir”.
Entretanto, o historiador formado pela Universidade de Paris disse em seguida que se deve repensar o tamanho, o emprego e a precisão das Forças Especiais.
“Acredito que deve haver, no máximo, 2 ou 3 companhias de Forças Especiais, para atender a situações de emergência, e o atual comando parece atento ao caso, como se viu na decisão do Estado-Maior do Exército de formar um grupo de trabalho para propor uma nova diretriz para o Comando de Operações Especiais” .
A criação do grupo citado por Manuel Domingos foi oficializada em 13 de dezembro de 2024 e publicada na edição 51/2024 do Boletim do Exército.
Historiador chamou Múcio de ministro entre aspas e mero porta-voz
Manuel Domingos Neto teceu críticas a José Múcio Monteiro e disse que ele é “ministro entre aspas, não orienta nada” e “apenas um porta-voz dos militares”. O presidente Lula também não foi poupado.
“O que cabe ao poder político é assumir o comando, porque a relação com o militar só pode se dar a partir da hierarquia e da disciplina. A mensagem que se passa quando se designa um mero porta-voz como ministro é de fraqueza, mas isso é algo possível de se recuperar. Basta o presidente da República assumir o comando de fato”.
Recentemente, Múcio admitiu pela primeira vez que pode deixar o governo.