O Comandante do Exército, General Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, visitou no dia 29 de janeiro a guarnição de Boa Vista (RR) para avaliar o andamento das operações em curso e acompanhar o desenvolvimento de projetos que integram o Plano Estratégico da Força Terrestre 2024-27.
Durante a visita ao Comando de Fronteira/7º Batalhão de Infantaria de Selva (7º BIS), Paiva verificou o adestramento do Pelotão Anticarro, com ênfase no uso do míssil Max 1.2 AC. Até o momento, foram enviados cerca de 60 desses projéteis fabricados pela SIATT à 1ª Brigada de Infantaria de Selva.
Contudo, esse não será o único tipo de material disponível na região, que faz fronteira com a Venezuela e é a mais vulnerável em caso de tentativa de invasão de Maduro a Essequibo, na Guiana, por via terrestre.
Em 16 de dezembro, durante inauguração da 1ª Companhia Anticarro Mecanizada (1.ª Cia AC Mec), o Comandante anunciou a compra de 100 mísseis FGM-148 Javelin, que se somam aos projéteis Spike LR2 adquiridos de Israel.
“Esses 3 tipos de equipamento nos dão capacidade de proteção contra carros, algo muito importante para qualquer tropa convencional do mundo”.
Na visita a Roraima, o General ainda acompanhou as obras de construção da 2ª Companhia de Fuzileiros da Selva, que tem o objetivo de transformar o Comando de Fronteira Roraima/7º BIS em um Batalhão do tipo III.
O 52º Batalhão de Infantaria de Selva (52° BIS) de Marabá (PA), por exemplo, é do tipo III desde 1986 e conta com Companhias de Fuzileiros, Companhia de Comando e Apoio e Pelotão de Saúde.
Prontidão é gargalo
A prontidão da tropa e dos equipamentos do Exército é um dos temas que mais preocupam a alta cúpula das Forças Armadas.
No fim de 2023, quando Nicolás Maduro aumentava a presença de tropas na fronteira e ameaçava invadir o território de Essequibo, os veículos blindados do Exército Brasileiro tiveram que sair de regiões distintas, como Cascavel (PR), para chegar até Roraima.
A mobilização, que é bastante complexa por envolver rodovias e balsas específicas para suporte do peso, demorou 1 mês para atracar em Roraima.
No último dia 23 de janeiro, durante exercício militar venezuelano, alguns veículos das tropas de Maduro adentraram alguns metros do território brasileiro, causando pânico na população de Pacaraima (RR), alarmando as Forças Armadas do país e acumulando mais um episódio de estremecimento das relações diplomáticas entre os 2 países.
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, relativizou a situação e disse que estava absolutamente tudo sob controle, mas a intenção das Forças de serem mais ágeis é real.
Tour de Paiva
Roraima não é o único destino de Tomás Paiva. O General tem visitado outras Organizações Militares neste mês de janeiro, como o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva e Colégio Militar de Belo Horizonte e as Guarnições de Santos Dumont, São João Del Rei e Juiz de Fora, todas em Minas Gerais.
O cronograma de visitas continua em fevereiro e o Comandante do Exército deve, inclusive, visitar generais presos no Rio de Janeiro, incluindo Walter Braga Netto.