O Exército Brasileiro decidiu, em dezembro do ano passado, estender por mais seis meses a análise da licitação. Essa licitação prevê a compra de viaturas blindadas de uma empresa israelense, no valor de 1 bilhão de reais. Essa extensão serve como uma estratégia tanto para ganhar tempo quanto para provocar uma decisão governamental que negue formalmente a aquisição.
A renovação do contrato das viaturas blindadas é uma medida essencial que possibilita ao Exército seguir adiante com o processo. Até o momento, a licitação já cumpre todas as especificações necessárias e recebeu a aprovação do Tribunal de Contas da União (TCU). Contudo, a aquisição foi bloqueada pelo assessor especial da Presidência e chanceler informal, Celso Amorim. Esse bloqueio ocorreu devido ao agravamento da guerra entre Israel e o Hamas, condenada pelo governo brasileiro por resultar em milhares de mortes civis. A ordem dada no fim de agosto foi clara: o contrato não deveria avançar devido a segurança.
Veja também:
- Desistência em massa no Exército Brasileiro: trinta e seis sargentos abandonam suas funções simultaneamente
- A FAB receberá novos caças Gripen NG, que são os vetores de ataque mais avançados da América Latina. Uma dessas aeronaves já está no Brasil, sob os cuidados da Embraer e da SAAB
A renovação dos blindados do Exército Brasileiro é necessária para segurança nacional e atualizar a tecnologia militar
O ministro da Defesa, José Múcio, protestou publicamente contra essa decisão e afirmou que o governo barrou a aquisição dos blindados por “ranços ideológicos”. Assim, o governo terá até meados de 2025 para decidir o destino da licitação, enquanto no Exército existe a expectativa de que um possível cessar-fogo na Faixa de Gaza possa alterar o posicionamento federal, caso confirmado.
Caso o cessar-fogo não altere a posição do governo, espera-se que o Estado formalize a rejeição do negócio. O governo deverá apresentar argumentos sobre essa medida e assumir os ônus da decisão. Os estudos sobre a substituição dos blindados brasileiros começaram em 2017. Isso ocorreu porque o modelo atual, baseado em tecnologia e segurança nacional da Segunda Guerra Mundial, chegou ao Brasil na década de 1970.
Em 2022, uma pesquisa de mercado foi lançada, e em agosto de 2023, o edital para a renovação da frota foi publicado. No final de abril deste ano, foi anunciado que a empresa israelense Elbit Systems ficou em primeiro lugar na licitação, superando concorrentes da República Tcheca, França e China. No entanto, a possibilidade de convocar a segunda colocada está completamente descartada por enquanto.
Portanto, a decisão do governo brasileiro em relação à licitação dos blindados será crucial para o futuro das Forças Armadas do país. A renovação dos blindados é necessária para atualizar a tecnologia militar e garantir a eficácia das operações. Contudo, a decisão final está cercada por questões políticas e ideológicas que precisarão ser resolvidas até 2025.