O Exército Brasileiro fortalece a segurança nas fronteiras fluviais com novas embarcações blindadas construídas pelo Arsenal de Marinha. Essas embarcações, feitas em alumínio de alta resistência e equipadas com metralhadoras .50 e MAG 7,62mm, têm velocidade máxima de 35 nós e autonomia de 13 horas, melhorando as operações de combate ao crime.
Exército Brasileiro investe em novas embarcações: uma nova era para as operações ribeirinhas nas fronteiras fluviais
As fronteiras fluviais brasileiras agora contam com uma potente ferramenta no combate ao crime: as embarcações blindadas de operações ribeirinhas, projetadas e construídas pelo Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ), aumentarão significativamente a segurança em áreas críticas da região.
As primeiras lanchas já desempenham papel vital no patrulhamento fluvial de Guaíra e Foz do Iguaçu, no Paraná. Em dezembro, a Força Naval entregou ao Centro de Embarcações do Comando Militar da Amazônia, localizado em Manaus (AM), a primeira de quatro unidades solicitadas pelo Exército. Este esforço é um marco para as operações de segurança fluvial.
Os modelos atuais são construídos em alumínio de alta resistência, adaptados para condições adversas. Com proteção balística, essas lanchas estão equipadas com metralhadoras .50 e MAG 7,62mm. Elas conseguem disparar entre 600 a mil tiros por minuto, oferecendo forte poder de fogo. Os motores de 320 hp possibilitam uma velocidade máxima de 35 nós, cerca de 65 km/h, com capacidade para transportar 17 pessoas. A capacidade do tanque assegura uma autonomia de 13 horas na velocidade de cruzeiro, otimizando o uso de combustível.
A revolução das lanchas blindadas nas operações das forças nas fronteiras fluviais
“O projeto da lancha é semiautomatizado. Isso significa que utilizamos um modelo em 3D, permitindo ajustes antes da construção”, afirma André Patrocínio de Castro, gerente de Construção de Embarcações até 200 Toneladas do AMRJ. Essa abordagem ajuda a antecipar problemas e a visualizar melhorias potenciais, resultando em redução de custos e aceleração da produção.
Outro aspecto que melhora ainda mais a eficiência na produção é o uso de máquinas CNC (Computer Numeric Control), que garantem a precisão no corte de peças em série. “O sistema de montagem foi projetado de forma que qualquer erro dimensional não interfira na montagem da proteção balística”, explica o gerente. Essa técnica assegura a integridade e funcionalidade das embarcações.
As lanchas fabricadas pelo AMRJ representam uma evolução em relação à lancha Classe “Excalibur”. Este modelo foi idealizado pela Base Fluvial de Ladário, no Mato Grosso do Sul. O protótipo, que recebeu o nome de “Cuiabá”, foi entregue ao Grupo de Embarcações de Operações Ribeirinhas do Mato Grosso (GrEOPRibMT) em julho de 2021.
Essas lanchas têm diversas funções, como a contenção de incêndios, levantamentos hidrográficos e apoio a exercícios militares. “Operamos no combate a incêndios florestais, transportando equipes e materiais para áreas de difícil acesso”, revela o Primeiro-Tenente Marcus Bezerra, encarregado da divisão de manutenção do GrEOPRibMT.
Após a lancha blindada de operações ribeirinhas “Cuiabá”, o Arsenal desenvolveu a “Sinop”, entregue em maio de 2022, e a “São Félix do Araguaia”, que foi entregue em agosto à Capitania Fluvial do Rio Paraná. Em setembro de 2023, efetivou-se a assinatura do Termo de Execução Descentralizada (TED) para a construção de quatro unidades, integrando o Projeto de Obtenção de Embarcações Blindadas do Exército Brasileiro. Com essas inovações, espera-se incrementar ainda mais a segurança nas regiões de fronteira do Brasil.