A Colômbia lançou uma operação militar de grande escala contra guerrilheiros do Exército de Libertação Nacional (ELN) na fronteira com a Venezuela, mobilizando mais de 9.000 soldados. A ofensiva ocorre em um momento de alta tensão na região, após relatos de que o grupo armado recebe apoio do regime venezuelano de Nicolás Maduro. Segundo o ministro da Defesa colombiano, Iván Velásquez, o objetivo é retomar áreas dominadas por guerrilheiros e dissidentes das FARC, que utilizam essas regiões para a produção de cocaína.
O ataque reflete uma escalada de violência que já causou mais de 80 mortes e deslocou cerca de 38.600 pessoas, agravando a crise humanitária na fronteira. A operação também testa a política de “paz total” do presidente colombiano Gustavo Petro, que recentemente suspendeu negociações com o ELN e reativou mandados de prisão contra seus líderes. Fontes oficiais afirmam que muitos desses líderes estão abrigados na Venezuela, alimentando as acusações de colaboração entre Maduro e grupos armados ilegais.
Incidente militar venezuelano na fronteira com o brasil gera tensão
Em paralelo, um incidente envolvendo exercícios militares da Venezuela na fronteira com o Brasil adicionou mais combustível às tensões na América do Sul. Durante uma manobra militar, veículos blindados venezuelanos atravessaram brevemente a fronteira brasileira em Pacaraima, no estado de Roraima. O governo brasileiro classificou o episódio como um “descuido” e solicitou explicações formais à Venezuela, mas reforçou a presença militar na região com o envio de blindados para pontos estratégicos.
Especialistas alertam que, apesar de não ter sido considerado uma invasão, a movimentação militar venezuelana pode aumentar o risco de escalada diplomática e militar. O Brasil tem adotado uma postura pragmática ao buscar manter o diálogo com o governo de Maduro, mas o episódio evidencia a fragilidade das relações bilaterais em um cenário já marcado por desconfianças mútuas.
Brasil busca equilíbrio entre pragmatismo e segurança na fronteira
A posição brasileira foi reiterada durante uma reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA), onde o embaixador Benoni Belli defendeu o diálogo como solução para a crise venezuelana. No entanto, as tensões continuam elevadas. Em 2022, o Brasil impediu a entrada da Venezuela no bloco dos BRICS, gerando atritos com Maduro.
Enquanto tenta equilibrar uma abordagem diplomática com a proteção de sua soberania, o Brasil enfrenta o desafio de manter a estabilidade em uma região vulnerável a crises políticas e militares. O episódio evidencia como as movimentações militares e alianças na América do Sul podem rapidamente se transformar em focos de tensão, exigindo cooperação regional para evitar conflitos e promover a estabilidade.
Com informações de: Militarizando o mundo