Um novo vídeo, compartilhado no Telegram, mostra dois veículos militares fundamentais do exército ucraniano se dirigindo para Kursk. O arado de minas Route Opening Mine Plow, de fabricação britânica, projetado para limpar campos minados e obstáculos nas rotas de combate, foi entregue à Ucrânia e está previsto para ser utilizado na região.
O veículo foi especificamente desenvolvido para remover minas e outras barreiras, garantindo a movimentação segura de unidades de combate e linhas de suprimento em áreas perigosas. Sua função em Kursk será limpar possíveis campos minados, proporcionando às forças ucranianas a liberdade de movimento necessária em áreas de importância estratégica.
Avanço estratégico ucraniano e o uso de veículos especializados
Além disso, o BREM Bergepanzer 2 alemão, modificado com uma estrutura dobrável, também está a caminho da linha de frente. Trata-se de um veículo especializado na recuperação e reparo de veículos blindados, desempenhando um papel igualmente importante na manutenção da prontidão operacional dos veículos no campo de batalha.
Sua capacidade de realizar reparos rápidos no local pode ser crucial em condições de combate, minimizando perdas de veículos e acelerando a restauração da capacidade operativa.
Esses dois veículos, cada um com capacidades únicas, irão aprimorar a eficiência operacional das forças ucranianas em Kursk, destacando a importância da logística complexa e da recuperação no cenário da guerra moderna.
O arado de minas para abertura de rotas britânico [ROMP] é um equipamento de engenharia militar especializado, projetado principalmente para limpar caminhos em campos minados e outros obstáculos em zonas de combate.
A função principal do arado de minas é fornecer um caminho seguro para tropas, veículos e linhas de suprimento, removendo e empurrando minas e outras ameaças enterradas para as laterais da rota. Essa capacidade é essencial na guerra moderna, especialmente em ambientes onde minas e artefatos explosivos improvisados (IED) representam riscos significativos para a mobilidade.
Existem várias variantes e modelos de arados de minas utilizados pelo exército britânico. O modelo mais conhecido é o arado de minas Titan, usado pelos Royal Engineers, sendo uma peça-chave do equipamento de abertura de rotas do exército.
Esses veículos geralmente são montados em veículos blindados, como o tanque Challenger 2 ou outros veículos de engenharia blindados. Os arados são projetados para serem duráveis e resistentes às tensões do combate, contando com um sistema de lâminas e um sistema hidráulico de alta resistência, capazes de abrir caminho através de densos campos minados.
Tecnologia avançada do exército britânico para operações em zonas minadas
Além do modelo Titan, outros equipamentos de limpeza de minas usados pelo exército britânico incluem os veículos Buffalo e Panther, que podem ser utilizados em conjunto com os arados ou como alternativas, dependendo dos requisitos da missão.
O sistema Titan Mine Plow destaca-se especialmente por sua capacidade de ser implantado de forma rápida e eficaz no campo de batalha. O arado é uma peça metálica grande e rígida com lâminas angulares que cortam o solo para desalojar as minas.
Frequentemente, após a limpeza inicial, um veículo de acompanhamento, como o Crab ou o Challenger, é posicionado para garantir que as minas sejam eliminadas a uma distância segura. O arado é fixado na parte frontal do veículo, podendo ser levantado ou abaixado hidraulicamente, de acordo com a profundidade e a natureza da ameaça no terreno.
A versatilidade e eficácia do sistema fazem dele um ativo valioso durante operações de combate onde a mobilidade através de áreas minadas é essencial.
A história operacional do arado de minas britânico remonta aos primeiros anos da guerra blindada moderna, tendo sido continuamente aprimorada para atender às exigências dos conflitos contemporâneos.
Os engenheiros reais, especializados em tarefas de engenharia de combate, utilizaram o conceito de arado de minas pela primeira vez durante a Segunda Guerra Mundial para remover obstáculos e minas na Europa. Desde então, o sistema foi refinado e adaptado para continuar relevante nos cenários de combate moderno.
Em conflitos mais recentes, como a Guerra do Golfo e as operações no Iraque e no Afeganistão, o exército britânico fez uso extensivo dos arados de minas para abrir rotas em áreas fortemente minadas pelos adversários.
Essas operações geralmente ocorreram em ambientes onde forças inimigas posicionaram minas estrategicamente para retardar o avanço das tropas ou interromper cadeias de suprimento. O uso de arados de minas permitiu ao exército britânico manter o ritmo em terrenos difíceis e, ao mesmo tempo, minimizar os riscos de baixas.
A Ukrainian WiSENT 1 MC with Route Opening Mine Plough in Kursk. pic.twitter.com/HZe7qyYNma
— 𝔗𝔥𝔢 𝕯𝔢𝔞𝔡 𝕯𝔦𝔰𝔱𝔯𝔦𝔠𝔱△ 🇬🇪🇺🇦🇺🇲🇬🇷 (@TheDeadDistrict) September 8, 2024
Durante a Guerra do Golfo, por exemplo, as forças britânicas utilizaram veículos de remoção de minas para criar caminhos seguros, possibilitando o avanço das unidades blindadas em direção às linhas de frente. Essa operação foi crucial para garantir que comboios logísticos e unidades de infantaria avançassem sem o constante perigo de explosões de minas.
A tecnologia de arado de minas foi essencial para abrir caminho tanto para forças militares quanto para comboios de ajuda humanitária.
Em operações mais recentes, como no Afeganistão, o exército britânico empregou arados de minas para lidar com as minas colocadas pelos talibãs. O terreno montanhoso e acidentado do Afeganistão apresentou desafios únicos para a abertura de rotas, e os arados de minas foram levados ao limite em operações nesse cenário.
As forças britânicas combinaram arados de minas, veículos blindados e engenheiros para limpar rotas principais que levam a cidades e bases militares importantes.
O desenvolvimento de novas tecnologias de remoção de minas também expandiu o papel dos arados de minas no exército britânico. A introdução do sistema de arado e rolo permitiu maior flexibilidade e eficiência na remoção de minas. Esse sistema utiliza rolos em conjunto com o arado para detonar minas antes que possam ser ativadas por pessoal ou veículos.
Esse sistema foi implementado com sucesso em diversas operações de manutenção da paz, onde a abertura rápida de rotas seguras era fundamental para o movimento de ajuda humanitária e proteção de civis.
Além das operações militares, o sistema de remoção de minas também desempenha um papel importante em missões de estabilização e manutenção da paz. Nessas situações, o foco é garantir a segurança de civis e reconstruir a infraestrutura destruída durante os conflitos.
Nesses contextos, os arados de minas são utilizados não apenas para fins militares, mas também para limpar infraestrutura civil crítica, como estradas, pontes e rotas de suprimento, que foram danificadas ou minadas durante os combates.
Em resumo, o arado de minas britânico para abertura de rotas possui uma longa história no exército britânico, desde seu uso inicial na Segunda Guerra Mundial até suas aplicações modernas em zonas de combate complexas.
Seu papel em garantir o movimento seguro de tropas e recursos por áreas minadas tem sido indispensável em diversos conflitos, e seu constante aprimoramento destaca a importância da inovação tecnológica na guerra moderna.
Interesting contract announcement today, @Pearson_Eng_Ltd supplying "large quanitty" of Full Width Mine Ploughs to 🇺🇦 for integration with FFG Wisent 1 AEVs. Facilitated by 🇩🇪 gov and to be delivered "within 2023" #combatengineering pic.twitter.com/IW1zCtCGKl
— Jon Hawkes (@JonHawkes275) January 25, 2023
O arado de minas continua sendo um recurso-chave no arsenal do exército britânico, apoiando tanto operações de combate quanto esforços de manutenção da paz em todo o mundo.
Em agosto de 2024, as forças ucranianas lançaram uma ofensiva inesperada na região de Kursk, expandindo o conflito além das fronteiras ucranianas. A operação foi rápida e surpreendente: as tropas ucranianas cruzaram a fronteira e avançaram em direção à área de Sudzha, ampliando o alcance das hostilidades.
Essa ofensiva foi estrategicamente importante, pois marcou a primeira vez, desde o início do conflito, que as forças ucranianas lançaram uma contraofensiva em território russo.
Apesar dos sucessos iniciais, as forças ucranianas encontraram feroz resistência por parte das tropas russas, que rapidamente mobilizaram recursos e pessoal adicionais para defender a região de Kursk.
Em novembro de 2024, o exército ucraniano já havia perdido mais de 40% do território conquistado inicialmente durante a ofensiva, indicando que, apesar dos avanços iniciais, a operação enfrentou desafios e retrocessos significativos.
Ofensivas militares e os desafios enfrentados pelo exército ucraniano em Kursk
No dia 21 de fevereiro de 2022, a Rússia declarou que sua instalação na fronteira havia sido atacada por forças ucranianas, resultando na morte de cinco combatentes ucranianos. No entanto, a Ucrânia rapidamente rejeitou essas acusações, classificando-as como “falsas bandeiras”.
No mesmo dia, a Rússia anunciou oficialmente o reconhecimento das regiões autodeclaradas como RPD e RPL. Curiosamente, segundo o presidente russo Vladimir Putin, esse reconhecimento abrangia todas as regiões da Ucrânia. Após essa declaração, Putin enviou um batalhão das forças militares russas, incluindo tanques, para essas áreas.
No dia 24 de fevereiro de 2022, o mundo assistiu a um incidente significativo. Putin ordenou um ataque militar maciço contra a Ucrânia. Liderado pelas poderosas Forças Armadas russas posicionadas na fronteira ucraniana, esse ataque não foi espontâneo, mas sim uma ação premeditada.
Apesar de as circunstâncias se assemelharem a uma guerra, o governo russo evitou utilizar esse termo. Em vez disso, preferiu chamá-lo de “operação militar especial”.