O Canadá anunciou o envio de 80.000 foguetes CRV-7 para a Ucrânia, reforçando o arsenal de guerra do país contra a Rússia. Os foguetes, originários da Guerra Fria, foram originalmente projetados para ataques aéreos, mas podem ser adaptados para uso terrestre. A informação foi divulgada pelo ministro da Defesa do Canadá, Bill Blair, durante uma reunião militar na Alemanha e pelo canal O Show Militar. A remessa começará a chegar à Polônia no final de 2024 e será encaminhada para as forças ucranianas no início de 2025.
Armamento antigo, mas ainda letal
Os foguetes CRV-7, fabricados pela Bristol Aerospace, foram amplamente utilizados pela força aérea canadense em caças CF-18. Apesar de terem sido desativados, permanecem altamente eficazes na destruição de alvos blindados e estruturas militares, como depósitos de munição e hangares. Cada foguete pode ser equipado com diferentes ogivas, incluindo versões explosivas, incendiárias e perfurantes, capazes de destruir tanques russos. Segundo especialistas, a Ucrânia pode modificar os foguetes para uso em helicópteros ou até mesmo drones, aumentando sua versatilidade.
Além dos foguetes, o pacote de ajuda militar canadense inclui 970 metralhadoras C6, 10.500 pistolas 9mm e dezenas de veículos blindados desativados. Desde o início do conflito, o Canadá já enviou cerca de 3,3 bilhões de dólares canadenses em armamentos e suporte logístico para a Ucrânia. A decisão de fornecer os CRV-7 veio após um debate no parlamento canadense, onde foi apontado que desmontar os foguetes custaria milhões de dólares aos cofres públicos, tornando sua doação uma solução mais viável.
Rússia pode enfrentar desafios no campo de batalha
A chegada dos foguetes CRV-7 à Ucrânia representa um novo desafio para as forças russas, especialmente diante da capacidade destrutiva do armamento. A Rússia já perdeu cerca de 9.833 tanques e 20.500 veículos de combate blindados desde o início da guerra, e o novo fornecimento pode aumentar essas perdas. Embora sejam foguetes não guiados, a Ucrânia pode desenvolver kits para torná-los mais precisos, transformando-os em armas antitanque de longo alcance.
A Ucrânia também pode reutilizar partes dos foguetes danificados ou defeituosos para alimentar sua crescente indústria de drones, que já responde por 80% das perdas russas na linha de frente. Com investimentos em tecnologia militar, o país tem ampliado sua capacidade de fabricação de armamentos, contando com apoio financeiro de aliados como o Canadá e a Dinamarca.
A decisão do Canadá de reforçar o poderio militar da Ucrânia pode agravar ainda mais as tensões com a Rússia, que já havia alertado sobre possíveis represálias contra países que fornecem armas a Kiev. Até o momento, Moscou não se pronunciou oficialmente sobre o envio dos foguetes, mas analistas preveem que a medida poderá influenciar o curso da guerra nos próximos meses.