O que antes era domínio de gigantes como Rússia e Estados Unidos, agora ganha contornos mais equilibrados com a adoção de tecnologias de ponta por parte das Forças Armadas brasileiras. No campo de batalha moderno, a guerra aérea não é mais dominada apenas pelos sistemas de mísseis de longo alcance, como o S-400 ou o Pantsir-S1.
Uma nova realidade tem surgido, e o Brasil está na vanguarda dessa mudança. Ao investir em sistemas de defesa aérea de curto alcance e maior mobilidade, o país segue os passos de potências militares, e, em muitos casos, o resultado é um desempenho impressionante: até 90% dos abates realizados em combate envolvem mísseis menores e mais ágeis, capazes de destruir ameaças com uma eficácia surpreendente.
É essa estratégia que vem garantindo vantagem nas operações mais recentes, como detalhado no vídeo do canal Geo Military.
Mísseis menores, maior eficácia
Enquanto os gigantescos sistemas como o S-400, conhecidos por seus longos alcances e altitudes de interceptação elevadas, possuem um alto custo e poucos abates em campo real, os mísseis de curto alcance, mais leves e ágeis, acabam sendo os campeões da guerra moderna. O exemplo mais recente vem do RBS 70 NG, adquirido pelo Canadá, e que o Brasil também já utiliza, com uma compra adicional de seis unidades. Esses mísseis têm a vantagem de serem mais furtivos, com capacidade de serem alocados em qualquer região e lançados com uma precisão letal.
Esses sistemas são perfeitamente adequados para o cenário contemporâneo, onde aeronaves, helicópteros e drones operam a altitudes baixas, áreas onde os mísseis de curto alcance são altamente eficazes. O uso de radares e sensores optrônicos, como no caso do RBS 70, permite que essas armas sejam disparadas rapidamente, muitas vezes de forma clandestina, com o efeito surpresa desempenhando um papel crucial no sucesso.
O poder da mobilidade: Shorad e a nova realidade
Além da capacidade de surpresa, a mobilidade desses sistemas se destaca. Veículos de reação rápida e plataformas leves como os IFVs (veículos de combate de infantaria), em versões 4×4 ou 6×6, são cada vez mais comuns no campo de batalha, equipados com sistemas de defesa aérea de curto alcance. O conceito de SHORAD (Short-Range Air Defense) tem se mostrado extremamente eficaz na proteção de tropas em movimento, principalmente contra aeronaves de baixa altitude, como o A-10 ou o Sukhoi Su-25.
O Brasil tem acompanhado essa tendência, investindo em sistemas que permitem a proteção não apenas de instalações, mas também das forças em terreno aberto, proporcionando uma defesa integrada e dinâmica. A mobilidade desses sistemas pode fazer a diferença em um conflito, pois permite que as unidades se ajustem rapidamente às ameaças que surgem no céu.
Desafios dos gigantes: sistemas pesados em dificuldade
Por outro lado, sistemas pesados como o S-400, que prometem uma cobertura aérea de longo alcance, acabam esbarrando na realidade do campo de batalha. Embora possuam um grande poder de dissuasão, sua visibilidade no campo de batalha e os altos custos operacionais diminuem sua eficácia, principalmente quando o adversário já conhece a localização do sistema. Em conflitos reais, a quantidade de abates registrados por sistemas como o S-400 e o Pantsir-S1, por exemplo, é consideravelmente inferior ao desempenho dos mísseis de curto alcance.
Os pilotos sabem disso e, por isso, evitam as zonas de ação desses sistemas. Eles preferem operar a altitudes onde sistemas menores, mais móveis e furtivos, são mais eficazes e difíceis de detectar, minando o potencial de defesa desses gigantes da tecnologia militar.