A crise política e militar na Colômbia se agrava em meio a uma intensa ofensiva do governo contra guerrilheiros dissidentes, muitos deles supostamente apoiados pelo regime de Nicolás Maduro na Venezuela. Enquanto isso, o presidente Gustavo Petro enfrenta crescente pressão interna, protestos populares exigindo seu impeachment e desafios diplomáticos com os Estados Unidos. A recente decisão de Donald Trump de suspender ajuda financeira a organizações humanitárias também ameaça diretamente o Brasil, especialmente o estado de Roraima, que lidera a Operação Acolhida para refugiados venezuelanos.
Ofensiva militar e o papel da Venezuela
Nas últimas semanas, as forças armadas colombianas intensificaram operações contra guerrilheiros dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) na fronteira com a Venezuela. Relatórios apontam que muitos desses combatentes são apoiados pelo governo de Nicolás Maduro, que, apesar de negar envolvimento, tem sido acusado de dar refúgio e assistência a grupos armados. Venezuela
O cerco militar colombiano gerou confrontos violentos, resultando na rendição de diversos guerrilheiros. Apesar dessas vitórias militares, a crise política interna segue se agravando, com críticos de Petro acusando-o de falhas no controle da segurança pública e no gerenciamento da situação na fronteira. Venezuela
Tensão entre Colômbia e EUA: deportações e tarifas econômicas
A relação entre Colômbia e Estados Unidos também atravessa um momento delicado. Desde que reassumiu a presidência, Donald Trump tem adotado medidas rígidas contra a imigração ilegal, incluindo a deportação em massa de colombianos a partir de março. Petro inicialmente resistiu à decisão, argumentando que seu país não deveria arcar com as consequências de uma política migratória unilateral dos EUA.
Em resposta, Trump ameaçou impor tarifas de 25% sobre produtos colombianos exportados para os Estados Unidos, principal parceiro comercial da Colômbia. Petro, por sua vez, sugeriu elevar taxas sobre produtos norte-americanos em até 50% e buscar parcerias comerciais alternativas. Contudo, após negociações intensas, um acordo foi alcançado: a Colômbia aceitou receber os deportados, mas sob condições que o governo considera minimamente aceitáveis.
Mesmo com o acordo, a decisão de Petro gerou descontentamento popular, visto por muitos colombianos como um gesto de submissão a Washington. Manifestações começaram a ser organizadas por grupos opositores exigindo seu impeachment.
Impacto no Brasil: O futuro da Operação Acolhida
A decisão do governo Trump de cortar verbas para organizações humanitárias tem repercussões significativas, principalmente para a Operação Acolhida no Brasil. Essa iniciativa, liderada pelo Exército Brasileiro, recebe milhares de refugiados venezuelanos que fogem do regime de Nicolás Maduro.
Os Estados Unidos são um dos principais financiadores desse programa, e a suspensão de recursos pode comprometer seu funcionamento. O estado de Roraima, que já lida com sobrecarga nos serviços públicos devido ao alto fluxo migratório, será um dos mais afetados. Autoridades brasileiras começam a debater alternativas para manter a operação sem depender dos fundos norte-americanos.
Além disso, cresce a discussão sobre a possível necessidade de reforçar a segurança na fronteira brasileira com a Venezuela, dada a instabilidade regional.
Venezuela: Maduro consolida poder enquanto crescem pressões externas
Enquanto Colômbia e Brasil lidam com os desdobramentos da crise, na Venezuela, Nicolás Maduro continua a reforçar seu controle sobre o país. Sua recente posse foi marcada por forte repressão contra opositores, prisões arbitrárias e censura, consolidando ainda mais seu poder.
Os Estados Unidos continuam a pressionar internacionalmente pelo fim do regime chavista, mas, por ora, sua prioridade tem sido a reorganização da política interna e a busca de uma solução para a guerra na Ucrânia. No entanto, especialistas não descartam que uma futura intervenção externa na Venezuela possa estar nos planos do governo norte-americano.