Você já imaginou um míssil capaz de viajar a velocidades hipersônicas, superar os sistemas de defesa mais avançados e garantir a supremacia militar de uma nação? Essa é a promessa do ASN4G, o novo míssil nuclear hipersônico da França, projetado para entrar em operação até 2035. Com tecnologia de ponta e características furtivas, podendo operar em porta-aviões e caças Rafale F5, essa poderosa arma militar representa um salto estratégico que pode remodelar o equilíbrio de poder da Força Aérea global.
Descubra todos os detalhes sobre essa inovação e como ela fortalecerá a defesa da França em um cenário internacional cada vez mais desafiador.
O novo míssil hipersônico ASN4G da Força Aérea francesa promete redefinir a dissuasão nuclear até 2035
De acordo com informações divulgadas pelo portal Futura Sciences em 26 de dezembro de 2024, o míssil ASN4G (Air-Sol Nucléaire de 4ème Génération) está previsto para entrar em operação até 2035. Desenvolvido para fortalecer a capacidade da Força Aérea da França em manter uma dissuasão credível diante de cenários geopolíticos e tecnológicos em constante evolução, esse míssil nuclear hipersônico lançado pelo ar está sendo projetado pela MBDA France com apoio do ONERA. Ele substituirá o ASMPA (Air-Sol Moyenne Portée Amélioré) como parte da estratégia de dissuasão nuclear do país.
O ASN4G deverá atingir velocidades entre Mach 6 e Mach 7, superando significativamente as capacidades do ASMPA. Essa velocidade, combinada com alta manobrabilidade, permitirá ao míssil escapar da detecção por radares e da interceptação por sistemas de defesa aérea avançados. Com alcance superior a 1.000 quilômetros, o dobro do ASMPA, o novo míssil oferecerá maior flexibilidade operacional para a Força Aérea.
ASN4G da Força Aérea Francesa será compatível com operações a partir de porta-aviões
ASN4G da Força Aérea francesa também contará com características furtivas obtidas por meio de materiais especializados, reduzindo sua visibilidade aos radares e resistindo a condições aerodinâmicas e térmicas extremas durante o voo.
O sistema de propulsão do ASN4G é baseado em um motor scramjet, desenvolvido dentro do programa PROMETHEE. Essa tecnologia de combustão mista permite a transição entre velocidades subsônicas, supersônicas e hipersônicas, garantindo alta velocidade por longas distâncias.
Seu design compacto assegura compatibilidade com plataformas existentes, como o caça Rafale F5, e futuros sistemas como o Next Generation Fighter (NGF), parte do programa Future Combat Air System (FCAS). Além disso, ele será compatível com operações a partir de porta-aviões franceses.
Míssil hipersônico ASN4G combina propulsão scramjet e tecnologia quântica que promete revolucionar a estratégia militar global
O desenvolvimento do ASN4G teve início nos anos 1990, paralelamente à modernização do ASMPA. Em 2014, o Ministério das Forças Armadas da França confirmou o programa, com pesquisas iniciais focadas em duas abordagens principais: furtividade e hipervelocidade. A decisão de priorizar a velocidade hipersônica foi baseada na eficácia para penetrar sistemas de negação de área e acesso (A2/AD) cada vez mais avançados da Força Aérea.
Pesquisas no âmbito do programa PROMETHEE envolveram o desenvolvimento de propulsão scramjet e outras tecnologias hipersônicas. Ferramentas computacionais avançadas, como o software de simulação CEDRE do ONERA, foram utilizadas para otimizar o design do míssil.
O projeto também explora aplicações de computação quântica para melhorar a modelagem e a eficiência da propulsão. O programa MIHYSYS, iniciado em 2024, complementa esses esforços, focando no aprimoramento da propulsão hipersônica, incluindo simulações de câmaras de combustão.
Novo míssil hipersônico da França vem com tecnologia furtiva, velocidade Mach 7 e integração ao caça Rafale F5
O ASN4G integra a estratégia mais ampla da França para modernizar suas capacidades de dissuasão nuclear. Ele será integrado ao caça Rafale F5 e compatível com plataformas futuras, reforçando o componente aéreo da dissuasão nuclear francesa, atualmente gerenciado pelas Forças Aéreas Estratégicas (FAS) e pela Força Aérea Nuclear Naval (FANu). A capacidade do míssil de realizar manobras complexas em velocidades hipersônicas assegura sua eficácia contra sistemas avançados de defesa antimísseis.
Paralelamente, outros projetos, como o desenvolvimento do veículo planador hipersônico V-MAX pela ArianeGroup, complementam os objetivos do programa ASN4G. Testes iniciais do V-MAX e planos para um demonstrador subsequente, o V-MAX2, refletem o foco da França no avanço de tecnologias hipersônicas para aplicações de defesa.
O ASN4G foi projetado para enfrentar os desafios de segurança globais em evolução e garantir que a dissuasão nuclear da França continue credível até a década de 2050. Ele responde aos avanços nos sistemas da Força Aérea e à crescente complexidade dos ambientes A2/AD.
Ao aprimorar o alcance, a velocidade e a capacidade de sobrevivência do arsenal nuclear da Força Aérea francesa, o país busca manter sua autonomia estratégica e se adaptar a ameaças emergentes.
O General Stéphane Virem, comandante da Força Aérea Estratégica, destacou o papel do míssil na penetração das defesas inimigas. Da mesma forma, o almirante Hervé de Bonnaventure, conselheiro do CEO da MBDA, ressaltou os avanços tecnológicos do ASN4G, incluindo sua compatibilidade com plataformas existentes e futuras, como a introdução de drones de combate furtivos operados a partir de cockpits do Rafale e compatibilidade com operações a partir de porta-aviões franceses.