A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) rejeitou o pedido de impeachment contra o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, em meio a controvérsias sobre o aumento da violência policial no estado.
O atual presidente da Alesp arquivou a solicitação apresentada por deputados do PT e do PSOL, que alegavam abuso de poder por parte de Derrite.O pedido de impeachment foi motivado pelo significativo aumento de 65% nas mortes causadas por intervenção policial em 2024, em comparação com o ano anterior.
Os parlamentares argumentavam que Derrite era diretamente responsável por esse aumento da violência policial no estado. No entanto, o presidente da Alesp concluiu que não havia evidências suficientes para comprovar a responsabilidade direta do secretário nas ações violentas da Polícia Militar.
André do Prado, presidente da ALESP, justificou sua decisão afirmando que os deputados de oposição ao governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) não conseguiram demonstrar que Derrite deixou de repreender as atitudes abusivas.
Como exemplo, ele citou as investigações em andamento pela Corregedoria da PM sobre os casos recentes de violência policial no estado.O pedido de impeachment contou com o apoio de 26 deputados, incluindo 18 do PT, 5 do PSOL, e representantes do PSB, Rede e PCdoB.
Escalada violêcia ou enfrentamento necessário?
No entanto, isso não foi suficiente para convencer a maioria dos membros da Casa. A decisão de arquivamento foi baseada em um parecer da Procuradoria da Alesp, que recomendou a rejeição do pedido.A questão da violência policial em São Paulo tem gerado preocupações significativas.
No passado, mais de 60 entidades chegaram a denunciar o governador Tarcísio de Freitas e o secretário Derrite à Organização dos Estados Americanos (OEA) devido aos sucessivos casos de abuso policial. Um incidente particularmente chocante ocorreu em novembro, quando um policial militar matou o estudante Marco Aurélio Cárdenas após ele ter dado um tapa no retrovisor de uma viatura na zona sul da capital.
Inicialmente, o governador Tarcísio de Freitas adotava uma postura de ironia em relação aos abusos da PM. No entanto, diante da crescente pressão e dos casos de violência, ele passou a repreender publicamente tais incidentes.
A permanência de Derrite no cargo chegou a ser questionada, mas o governador optou por mantê-lo na posição de secretário de Segurança Pública.A rejeição do pedido de impeachment de Guilherme Derrite pela Alesp marca um capítulo importante no debate sobre segurança pública e uso da força policial em São Paulo. O foco é combater o PCC e sufocá-lo financeiramente.