Só os comandantes podem se manifestar publicamente em nome das instituições militares. Contudo, não é proibido para os militares, diante de pesquisas de opinião, responder como cidadãos, desde que não falem em nome das forças armadas ou polícias. A revista Sociedade Militar, que tem entre seu público milhares de militares das Forças Armadas e policias, coletou dados sobre o posicionamento dentro dos quartéis sobre a situação política atual.
Pesquisa revela dados sobre INTERVENÇÃO MILITAR e pensamento dos militares.
Ao longo dos últimos meses grupos que clamam por uma intervenção dos militares para apear Dilma Rousseff e o PT dos principais cargos do país tem conseguido levar sua proposta até os comandantes militares. Tanto o Brigadeiro Rossato quanto o Almirante Bacellar têm se mantido quietos sobre o assunto. Contudo, o Comandante do Exército aparentemente tem servido como uma espécie de agente de Relações Públicas das três Forças Armadas para se manifestar sobre o assunto.
Via de regra as palavras de Villas Bôas são no sentido de desestimular os pedidos de intervenção. O general já declarou diversas vezes que acredita a sociedade não precisa ser tutelada, que as principais instituições estão funcionando e que o processo em curso estaria de acordo com a lei. O comandante deixa claro em sua fala que as Forças Armadas não têm a função de fiscalizar o governo.
“em 1964… houve duas diferenças básicas. Em 1964 o país não contava com instituições amadurecidas e com espaços definidos e cumprindo efetivamente seus papeis… um sistema de pesos e contrapesos que dispensa a sociedade de ser tutelada… Todo e qualquer emprego das Forças Armadas passa pela Constituição e leis complementares… Forças armadas não existem para fiscalizar governo e muito menos para derrubar governo.”
Outros militares, como Jair Bolsonaro e membros do Partido Militar Brasileiro, na medida em que constroem projetos para candidaturas nas próximas eleições, parecem também descartar a opção intervenção militar.
Diante das declarações de Villas Bôas, percebe-se nas redes sociais comentários alegando que a opinião do Comandante do Exército não refletiria o pensamento vigente nos quartéis. Com a intenção de verificar a veracidade dessas afirmações na segunda semana de abril de 2016 a Revista Sociedade Militar realizou pesquisa buscando descobrir a opinião dos leitores sobre questões relacionadas a política e intervenção militar.
Participaram da pesquisa 3.582 leitores.
Como comparativo citamos a pesquisa DATAFOLHA, que para apurar a opinião sobre intenção de votos no Rio Grande do Sul, com universo de mais de 8 milhões de eleitores, entrevistou apenas 1.541 pessoas. Portanto, a amostra colhida pela Revista Sociedade Militar, 3.582 pessoas, é bastante significativa.
Foram colocados no questionário inicialmente questões para definir se o participante era militar a ativa, militar da reserva remunerada, reserva não remunerada ou civil, seu posicionamento político e grau de satisfação/insatisfação com o momento atual.
Entre os militares (ativa e reserva remunerada) 2.2% se declararam como “de ESQUERDA”.
Entre os militares 52.6% se declararam como “de DIREITA” ou “Conservador”.
Entre os militares 9.91% se declararam como “de CENTRO”.
A partir da questão abaixo coletou-se o principal dado buscado, conhecer a opinião dos leitores da Revista Sociedade Militar sobre a solução para a atual crise vivenciada pelos brasileiros.
Respostas sobre resolução da crise atual
Entre todos os militares, ativa e reserva, que responderam ao questionário disponibilizado na Revista Sociedade Militar, 52.6% se declararam a favor de uma intervenção militar
Entre os militares da ativa, 53.4% se declararam a favor de uma intervenção militar.
Entre os militares da reserva remunerada 52% acreditam que a solução está em uma intervenção militar.
Entre os militares da reserva remunerada 27% acreditam no impeachment, processo em andamento.
Dados
A Revista Sociedade Militar obteve em março/2016 mais de um milhão de visualizações de artigos, em abril obtivemos 998 mil. Alcançamos nos resultados do google as primeiras posições em termos como Militares, militar e revista militar, tornando nossos textos os mais lidos e multiplicados dentro do nicho em que estamos inseridos. A pesquisa acima citada foi disponibilizada na Revista Sociedade Militar no período de 8 a 15 de abril de 2016. Foram entrevistadas 3.582 pessoas. Dados formato xlsx
Obs, caso reproduza esse texto cite a fonte com link ativo remetendo para Revista Sociedade Militar