Nos últimos anos o Brasil passou por um período conturbado, políticos que de alguma forma participaram de ações ilegais no passado em busca de implantar no Brasil um regime totalitário hoje ocupam cargos importantes em diversas áreas da administração pública e estes vez por outra tentam introduzir nas instituições militares sua visão de mundo.
Documento recente divulgado pelo Partido dos Trabalhadores revela que uma das estratégias do partido para a consolidação no PODER consistia em promover militares simpáticos a visão de mundo proclamada pela esquerda brasileira. Em tese isso atesta que a esquerda brasileira acredita que os militares têm influência sobre a opinião pública e que são obstáculo à consecução de seu projeto de poder.
Muitos civis e militares acreditam que as Forças Armadas deveriam aumentar sua participação no âmbito político. Estudos realizados em instituições como a Escola Superior de Guerra versam sobre o poder político dos militares, questionando se o aumento seria benéfico não só para as corporações, mas para a nação como um todo.
Em 2015 havia nos Estados Unidos da América cerca de 100 MILITARES da reserva e ex-militares ocupando cadeiras no CONGRESSO, o que corresponde a quase 20% da totalidade. Esses parlamentares contribuem sensivelmente para que a visão da instituição seja apurada em questões relacionadas à defesa nacional, política externa e segurança pública.
Há alguns anos Atila Rocha, oficial da RESERVA escreveu:
“É imperativo estimular a candidatura do pessoal qualificado, egresso de quadros militares, para cargos eletivos nos níveis federal, estadual e municipal, ampliando os jogadores que lutam pelos interesses da Defesa Nacional, visando, portanto, ao fortalecimento da expressão militar do Poder Nacional.’
Átila Rocha foi criticado e sua proposta foi considerada inexeqüível por alguns que diziam que os militares têm baixa representatividade e, portanto, pouca possibilidade de eleger congressistas.
É possível que os militares até possuam uma representatividade menor do que possuem algumas categorias em nível estadual, onde são escolhidos os congressistas. Contudo, os críticos certamente não levaram em conta a possibilidade de existir parcela significativa da sociedade identificada com valores militares, como disciplina, honestidade, valorização da família, meritocracia etc.
Uma grande prova disso foi a expressiva votação obtida pelo Deputado Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro.
Pesquisas de opinião continuam a apontar as Forças Armadas entre as instituições mais amadas pelos brasileiros. Contudo, Bolsonaro é um dos poucos militares que soube explorar essa condição para galgar cargos políticos.
Em países mais desenvolvidos o fato de ser MILITAR acrescenta status para obtenção de cargo eletivo. Nos ESTADOS UNIDOS vimos recentemente a depreciação do candidato Donald TRUMP pelo fato de não ter servido às Forças Armadas. Outro momento em que isso foi lembrado foi no debate da campanha presidencial de 2004 quando os candidatos George W. Bush e John Kerry se digladiavam pelo mais alto cargo do país. Na época comentava-se que enquanto Kerry se arriscava no Vietnam, Bush estava seguro em solo norte-americano, servindo apenas como integrante da Guarda Nacional do Texas.
Militares Temporários
Exército, Marinha e Aeronáutica atualmente aumentam seus quadros de militares temporários. Cidadãos que concluem cursos superiores e técnicos em instituições extra-militares podem ser incorporados por alguns anos nas Forças Armadas.
Ao mesmo tempo em que esse sistema traz modernização e flexibilização no relacionamento com a sociedade civil para dentro dos quartéis, a médio prazo levará para o ambiente civil milhares de militares da reserva que farão parte dos quadros de elite de diversas atividades por todo o Brasil incluindo aí, inevitavelmente, a atividade política.
Segundo o CMG Sergio Guida:
“Nos EUA, exemplo tomado como país de democracia consolidada, é esperada a participação do setor militar na formulação de políticas estratégias, envolvendo o emprego das Forças Armadas. Naquele país também é praticada a aproximação entre militares e sociedade civil, com oficiais engajados em áreas onde política e guerra se sobrepõem.
Há também um fluxo de profissionais que iniciam sua formação no meio civil, passam pela experiência militar e retornam novamente ao meio civil, o que permite a difusão dos valores militares pela sociedade como um todo, e um incentivo à produção acadêmica de assuntos militares nas instituições civis, tendo como fruto a formação de profissionais e estudiosos voltados para a área de defesa, mitigando o distanciamento entre as classes..
Uma eleição é, acima de tudo, uma mensuração de empatia com o público e certamente um candidato com maior carisma teria maior possibilidade de sucesso. A composição de uma chapa militar carece de estudo aprofundado quanto à fórmula de sua indicação e composição, mas é provável que esta chapa militar tenha que ser composta por oficiais e praças, inativos, para que lhe seja conferida a representatividade necessária e a política não invada os quartéis…
A vantagem de aumento da representatividade dos militares no Congresso Nacional reside em povoar o fórum de discussão adequado para formular decisões sobre o pensamento estratégico nacional com parlamentares que possam se tornar formadores de opinião para o assunto defesa.”
A CURTO Prazo. Fatos, novidades.
Em 2016 há diversos candidatos MILITARES e membros da família militar espalhados pelo Brasil. Não há informação de que exista a “chapa militar” sugerida por alguns. Contudo, muito se fala que a eleição desses militares para o legislativo municipal será o início da construção de uma “Ponte para o Congresso Nacional”. Um general de DIVISÃO no RIO de JANEIRO gravou vídeo sugerindo o voto em alguns candidatos MILITARES
Em nível municipal é extremamente difícil conquistar uma cadeira de vereador somente com os votos da família militar. Portanto, aqueles que forem melhor sucedidos terão certamente poder de articulação para apontar e apoiar os melhores candidatos para no Congresso aumentar a expressão política dos militares em nível federal.
Referências: Guida, SERGIO Gago – O FUTURO DAS RELAÇÕES ENTRE CIVIS E MILITARES NO Brasil – Monografia ESG – 2015 / Militares Pela Cidadania – Editora Ponto da Cultura – 2010
Robson A.DSilva – Revista Sociedade Militar