MÉDICOS MILITARES SE RECUSAM A TRABALHAR em IML.
Como sempre os militares são escalados para tapar os "buracos" deixados pelas administrações públicas
Os médi cos compareceram ao local conforme a determinação, mas se recusaram a trabalhar informando que seus laudos não terão nenhum valor legal.
Médicos da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar, que foram cedidos para trabalhar temporariamente como peritos do Instituto Médico Legal (IML) de Alagoas, se recusam a atender na manhã desta segunda-feira (29). Os profissionais estão na porta do órgão, mas alegam que não têm condições de atuar fora das suas especialidades.
Uma decisão do Conselho Estadual de Segurança Pública (Conseg) determinou que médicos da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros dessem plantão no IML para fazer exames de perícia. A previsão era de que eles começassem na manhã desta segunda-feira. Os militares alegam que não têm competência para realizar os exames periciais para identificar se houve ou não lesão. O diretor de Saúde do Corpo de Bombeiros de Alagoas, tenente-coronel Luiz Medeiros, explicou que dois médicos foram escalados para trabalhar hoje, um oftalmologista e um cardiologista.
“A determinação do conselho diz que apenas na ausência do legista os militares deveriam fazer o serviço, mas no IML o problema é a carência. O militar não se sente seguro em emitir algum laudo. Imagine se chega alguma vítima de um atentado e, se for feito um laudo errado, poderá prejudicar o caso. E o militar é que será punido”, falou.
Medeiro mostrou a lei que estabelece normas para as perícias oficiais de natureza criminal. Segundo o documento, o procedimento para a perícia só deve ser feito por um profissional com competência técnica e com concurso público. “Essa determinação do Conselho vai de encontro com o que rege a lei”, ressaltou.
O diretor do IML, Luiz Mansur, disse que o órgão está de portas abertas para receber qualquer ajuda, mas não cabe a ele decidir se os militares têm ou não competência para fazer o trabalho. “O que ficou acertado no Conseg era de que os militares iriam ajudar em exames cautelares, e não na perícia em si. Eles iriam apenas identificar se uma lesão é recente e, se for esse o caso, encaminhar para um perito”, disse Mansur.
O presidente do Comselho de Segurança do estado quer que os comandos adotem medidas punitivas contra os profissionais que se recusaram a trabalhar. “Se houver recusa no primeiro dia após a escala, fica determinado que o Comando da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros deverão instaurar inquérito penal militar. Se houver recusa em um segundo momento, esse médico terá prisão – de até três dias – decretada”, afirmou Brêda.
https://sociedademilitar.com.br – Dados de: G1 de Alagoas e Alagoas 24horas (De Colaborador.)