Inflação na Venezuela chega a 60%. Maduro pede “revolução dentro da revolução”. Empresa EXPROPRIADA produz menos de 1/3 do que produzia antes.
O Presidente Nicolás Maduro apelou hoje aos venezuelanos para fazerem "uma revolução dentro da revolução" num momento em que é cada pior a conjuntura econômica e a situação das empresas públicas do país. A inflação anual ronda já os 60%.
O Presidente Nicolás Maduro apelou hoje para que o povo venezuelano impulsione a "maquina estatal" para fazer uma "revolução dentro da revolução" e restaurar a sua força original. Num discurso na televisão estatal, o dirigente venezuelano afirmou ser necessário "dar uma grande sacudidela em todo o Estado, em todos os sistemas de Governo, de funcionamento, de tomada de decisões" para recuperar "a força original da revolução bolivariana".
As palavras de Maduro surgem no momento em que se qualifica como "desastrosa" a situação das empresas públicas do país, "paralisadas pela fraca produtividade e falta de financiamento".
A agência AFP cita como exemplo a maior empresa público venezuelana, a petrolífera PDVSA, que passou de 51 mil funcionários, em 1999, com uma produção de 63 barris por funcionário por dia, para um total de 140 mil trabalhadores, agora cada um deles não produz 20 barris por dia. A empresa tem ainda um total de dívidas na ordem de 16 mil milhões de euros.
A estatização é tamanha que os empregos públicos na Venezuela equivalem a mais de 25% do total.
Outro caso mencionado pela AFP é a da grande siderurgia do país, e a maior da América Latina, a Sidor, cuja produção caiu para um terço daquilo que era há seis anos, quando foi expropriada ao grupo argentino Techint, afirma o presidente do sindicato do setor, José Luis Hernandez.
O declínio deve-se, segundo este, "à burocracia e à corrupção" e também ao fato da empresa apenas ter recebido apenas 1,2 mil milhões de dólares para a sua recapitalização. Ou seja, é praticamente impossível aumentar a produção devido "à falta de matérias primas, peças para as máquinas e nova maquinaria", diz o dirigente sindical. Tanto mais que tudo isto tem de ser pago em dólares e estes só são fornecidos pelo Governo, que muitas vezes não concede as autorizações necessárias.
São quase 1300 as empresas públicas no país, empregando 2,6 milhões de pessoas enquanto o setor privado emprega 5,4 milhões, mas a baixa produtividade dos primeiros aliada aos subsídios estatais a numerosos produtos está a contribuir para a "queda da produtividade nacional e para dificuldades crescentes no abastecimento dos mercados", explica à AFP Luís Vicente Leon, da empresa de estudos de mercado Datanalisis.
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