Relógios do general causam crise política
Há alguns anos – em maio de 2014 – os militares tailandeses tiveram que intervir a pedido da própria sociedade. Políticos corruptos, como aqui, atiraram o país no caos. A imprensa de todo o planeta taxou a ação de GOLPE MILITAR. Na época a Revista Sociedade Militar explicou que foi a própria sociedade tailandesa que pediu que os militares assumissem o controle enquanto se fazia uma limpeza nas instituições políticas. O próprio CONGRESSO ratificou a ação das Forças Armadas.
Veja aqui: Tailândia – Militares têm confirmada a ação que garantiu deposição de Chefe de Governo
Nos últimos 10 dias os militares TAILANDESES têm de lidar com uma crise causada pela ostentação de um de seus maiores expoentes, o general Prawit Wongsuwan, que ocupa o cargo de vice – primeiro ministro do seu país. O MILITAR foi fotografado usando um relógio que pode custar mais de 800 mil dólares. O militar usava também um anel de diamantes. Detalhe, seu salário equivale a cerca de 11 mil reais, quase a mesma quantia recebida por um general brasileiro.
Para piorar a coisa a oposição fez uma varredura na internet e encontrou o militar usando praticamente um relógio diferente em cada evento, todos da marca Richard Mille ou Rolex. Nas redes sociais tailandesas Wongsuwan já é conhecido como General Rolex.
No início da ação militar as eleições foram prometidas para o segundo semestre de 2015. Mas não aconteceram. Depois de algum tempo a junta formada por militares e civis impulsionou uma nova constituição e ela dá aos militares o poder de veto sobre a escolha do primeiro-ministro logo após as eleições. A carta também permite a seleção de um líder de fora do parlamento, o que políticos de oposição consideram como um movimento para manter o general Prayuth no cargo de primeiro ministro da Tailândia.
O vice-primeiro ministro agora é investigado e já declarou que o relógio foi emprestado por um amigo. Mas, a imprensa tailandesa tem dito que será difícil explicar o empréstimo de tantos relógios caros.
A verdade é que MILITARES quando assumem o controle a pedido da sociedade se tornam odiados pela classe política corrupta e por todos aqueles que se beneficiavam da corrupção no país, por isso têm que manter o comportamento dentro do padrão mais humilde possível, jamais se permitindo corromper pelo poder.
As promessas sempre devem ser cumpridas à risca. Se os militares tailandeses prometeram as eleições para o ano seguinte deveriam ter cumprido isso, jamais retardando a posse do “pepino” em suas mãos. Descumprimento de promessas é algo típico de políticos corruptos, não de militares.
Por aqui pelo Brasil os militares – que por sinal usam os relógios mais baratos do mercado – acreditam que a sociedade conseguira mudar os rumos do país por vias democráticas, se manifestando nas ruas e votando em candidatos realmente desligados do sistema corrupto. O comandante do Exército, General Villas Bôas, recentemente foi citado pela Revista Sociedade Militar por ter mencionado nas redes sociais o “controle civil objetivo“.