Exército condecora repórter criticado por Bolsonaro. MERVAL PEREIRA agraciado com a Medalha do Pacificador
Algumas pessoas estão surpresas com a sanha agraciadora do Exército Brasileiro, que desafia até as visões de mundo do próprio Presidente da República. a Revista Sociedade Militar recebeu cópia de um BOLETIM do Exército Brasileiro que concede a Medalha do Pacificador, cujos citados compareceram à cerimônia dessa sexta feira. Na listagem consta, entre outros, o nome do Jornalista Merval Pereira, duramente criticado por BOLSONARO essa semana. Ressaltamos ainda que as críticas sobre palestras onde se cobra milhares de reais por alguns minutos de fala não começaram essa semana, essa coisa é comentada há meses na mídia e redes sociais e não há como o comandante do Exército não ter conhecimento.
A informação pode ser verificada no Boletim BOLETIM DO EXÉRCITO N º 28/2019
As perguntas que não param de ecoar são: Será que o Exército verifica a reputação de quem é condecorado? Será que há outras intenções, como angariar apoio de políticos e jornalistas?
O presidente disse nas redes sociais que Merval Pereira havia recebido R$ 375 mil por uma palestra contratada pelo Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) do Rio de Janeiro, em resposta a essa declaração o jornalista disse que o presidente está mentindo e explicou os R$ 375 mil seriam para realizar 15 palestras.
Mudança na forma de citar os agraciados
O Exército Brasileiro mudou a forma de citar em seus boletins o nome dos agraciados com as comendas, medalhas, condecorações que com frequência são concedidas para juízes, procuradores, deputados, senadores e jornalistas. Até o ano passado ao lado do nome era colocada a profissão. Assim: Paulo das Botas – Deputado Federal. A partir de agora a força só cita o nome do agraciado e com isso fica um pouco mais complicado identificar – por exemplo – quantos deputados ou quantos juízes são condecorados em cada data comemorativa do Exército.
Outros jornalistas, como Gerson Camarotti, foram recentemente condecorados com medalhas militares, pelo Exército, outras forças ou pelo Superior Tribunal Militar.
Na época em que medalhas de parlamentares corruptos como José Genoíno e José Dirceu foram cassadas muito se falou sobre a falta de ética das forças armadas em usar as condecorações para angariar apoio político, judicial e da grande mídia. Ao que parece a único providência tomada pela força foi tentar dificultar a identificação da função dos condecorados.